Apesar de ter seu show cancelado pela prefeitura de Conceição do Mato Dentro, na Região Central de Minas Gerais, com apenas 18 mil habitantes, o cantor bolsonarista Gusttavo Lima embolsou R$ 600 mil, metade do cachê de R$ 1,2 milhão.
A verba destinada ao sertanejo foi motivo de polêmica nesta semana, após ser revelado que o dinheiro partia de uma verba que seria para a saúde e a educação, obtida a partir da Compensação Financeira pela Exploração Mineral, a CFEM.
O contrato firmado entre as partes indica que o cantor bolsonarista teria direito a ficar com metade do cachê, já pago, em caso de cancelamento do show.
Uma das cláusulas do documento, obtido por Splash, no UOL, prevê multa de 50% da nota fiscal faturada (R$ 1,2 milhão), no caso da rescisão do contrato.
Lima recebeu 50% do cachê na assinatura do vínculo, no dia 11 de abril. A outra metade seria paga até cinco dias antes da apresentação. Com o cancelamento, o sertanejo não precisará devolver esse valor, que deveria ser destinado à saúde e à educação.
Show de Bruno e Marrone também foi cancelado
Gusttavo Lima iria se apresentar na cidade no dia 20 de junho, durante a 30ª Cavalgada do Jubileu do Senhor Bom Jesus Do Matozinhos.
O evento, que está previsto para os dias 17 a 23 do próximo mês, contava com o show da dupla Bruno e Marrone, que custaria R$ 520 mil, que também foi cancelado.
O contrato de Lima ainda previa que a prefeitura pagasse a hospedagem de 40 pessoas da equipe do cantor "no melhor hotel da região" e se responsabilizasse com os gastos diários de alimentação, fixados em R$ 4 mil.
Além disso, o executivo deveria fornecer o transporte do local para o artista, músicos, técnicos e produção. No total, os contratos disponíveis no portal da prefeitura ultrapassavam a cifra de R$ 2,3 milhões.