O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) decidiu divulgar o conjunto de obras relacionadas à luta no campo que seria exibido na exposição "Histórias Brasileiras", do Museu de Arte de São Paulo (Masp), prevista para julho.
Isso porque, conforme noticiado pela Fórum, o museu vetou essas obras - cartazes históricos e fotografias dos artistas João Zinclar, André Vilaron e Edgar Kanaykõ - alegando que o prazo estipulado para o empréstimo das mesmas teria sido extrapolado. As curadoras do núcleo "Retomadas", onde as fotos e cartazes seriam expostos, no entanto, dizem que não foram avisadas pela instituição sobre essa data limite.
O veto às fotos do MST na exposição vem pouco após o Masp cancelar o evento lançamento de um livro de Guilherme Boulos (PSOL), que estava previsto para o dia 3 de maio. Na ocasião, o museu alegou que é "uma instituição privada sem fins lucrativos, independente e isenta, cujo estatuto proíbe a realização de quaisquer manifestações de caráter político".
No caso relacionado ao movimento social, o Masp diz que "não se trata então de uma restrição em termos de conteúdo, mas sim única e exclusivamente de cronograma institucional".
Já as curadoras Sandra Benites e Clarissa Diniz, no e-mail enviado aos artistas relatando o veto do museu, rebatem: "Impedidas de levar adiante nosso acordo com o Movimento Sem Terra, seus fotógrafos e Edgar Kanaykõ como sanção a um erro que sabemos não ter cometido, sentimo-nos desrespeitadas, injustiçadas e instadas, em consequência de tal decisão, a trair a confiança deste que não é só o maior movimento social do Brasil, como também é a coluna vertebral do 'Retomadas'".