INIMIGO DA ARTE

Marieta Severo critica Bolsonaro após veto à Lei Paulo Gustavo: "Não vão nos calar"

Aprovado pelo Congresso Nacional, o presidente vetou o projeto que tinha por objetivo socorrer o setor cultural, gravemente afetado pela crise econômica e pela pandemia

Após veto à Lei Paulo Gustavo, Marieta Severo critica Bolsonaro e afirma que artistas “não vão se calar”.Créditos: Reprodução/ redes sociais
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A atriz Marieta Severo, conhecida por suas posições políticas no campo da esquerda, usou as redes para criticar o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) à lei Paulo Gustavo e afirmou que os artistas jamais irão se calar. Severo ainda se revelou indignada por uma parte da população ainda apoiar o atual governo federal. 

"Há 20 anos, a gente não podia imaginar que uma parte da população aceitaria esse tipo de governo que temos hoje. Nunca achei que alguém assinaria embaixo deste tipo de governo", escreveu Marieta Severo em perfil do Twitter. 

Após receber ataques de bolsonaristas por causa de sua declaração, Marieta Severo reforçou a sua posição e afirmou que "por incrível que pareça, tem uma parcela da população que fecha e assina embaixo com esses valores". 


Bolsonaro veta Lei Paulo Gustavo 

Jair Bolsonaro, o presidente que está habituado a direcionar dezenas de bilhões de reais para aumentar salários de militares e policiais e para comprar armas e itens de guerra, vetou na noite desta terça-feira (5) a chamada “Lei Paulo Gustavo”, aprovada com amplo apoio dos mais variados grupos políticos da Câmara e do Senado, até mesmo da direita, que liberaria R$ 3,86 bilhões para o setor cultural, o mais duramente atingido pela pandemia da Covid-19, que impediu produções em todo país por quase dois anos. O nome que batizou a proposta é uma homenagem ao ator e comediante de Niterói que faleceu em decorrência da doença.

O argumento dado pelo líder ultrarreacionário, que está sendo chamado nas redes de 'inimigo da cultura' e 'inimigo das artes', para não sancionar a lei aprovada no parlamento foi de que o projeto "contrariedade ao interesse público". Na lógica cínica de Bolsonaro, auxiliar com apoio financeiro da união uma classe de trabalhadores e suas famílias que ficaram sem renda e endividados por quase dois anos não é do interesse público, enquanto os milionários gastos com as Forças Armadas e com os órgãos de segurança federais aparelhados por ele são.

Dos R$ 3,86 bilhões previstos no orçamento da lei, R$ 2,79 bilhões teriam como destino ações e projetos do setor audiovisual, ao passo que os outros R$ 1,06 bilhão seriam destinados a ações emergenciais na área. A Secretaria-Geral da Presidência da República, em suas desculpas frágeis, comunicou ainda, como razão para o veto, que "ao criar a obrigatoriedade do repasse pelo Governo federal de recursos provenientes de fundos como o Fundo Nacional de Cultura aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal, a proposição legislativa enfraqueceria as regras de controle, eficiência, gestão e transparência elaboradas para auditar os recursos federais e a sua execução". Interessante notar que todos esses argumentos não valem para os PL’s aprovados e sancionados que dizem respeito a gastos bilionários com setores que dão apoio a Bolsonaro.