Provavelmente você já esbarrou com alguma obra de arte de Andy Warhol e é bem provável que tenha sido com o icônico retrato que Warhol fez da atriz Marilyn Monroe.
O retrato de Marilyn Monroe feito por Warhol voltou a ser assunto nesta terça-feira (22), pois, a casa de leilões Christie's anunciou que vai pôr à venda, em maio, o retrato da atriz estadunidense que foi realizado por Warhol.
A expectativa é que é a oferta inicial seja de US$ 200 milhões, o que daria R$ 1 bilhão. Caso a obra seja arrematada, o retrato serigráfico de Marilyn Monroe produzido por Andy Warhol pode se tornar a obra de arte mais cara do século XX.
Em comunicado, a casa de leilões Christie’s afirma que o retrato é "um exemplo inigualável da arte do século XX, do mais importante artista dos EUA. 'Shot Sage Blue Marilyn' é uma das imagens mais raras e transcendentais que existe".
Retrato icônico
A obra serigráfica, que consiste em dez retratos de Marilyn Monroe com tons de cores distintos, foi produzida por Warhol em 1964, dois após o falecimento da atriz.
Para compor a sua série sobre Marilyn Monroe, Andy Warhol utiliza uma foto da atriz tirada pelo produtor Gene Korman, que serviria de material de divulgação para o filme Niagara, de 1953.
Dessa maneira, Warhol reinterpreta a imagem original de Monroe e destaca o amarelo do cabelo da atriz, trabalha com um fundo azul turquesa, tom de rosa sobre o rosto e um forte vermelho sobre os lábios da atriz.
Essa obra de arte de Warhol se tornou uma referência estética e, até hoje, é reproduzida de variadas maneiras ao redor do mundo. Provavelmente, é uma das obras de arte mais popular do mundo e até hoje serve de inspiração para outros artistas.
Ao todo, Warhol produziu dez combinações com diferentes cores, utilizando o processo impessoal de serigrafia.
À época, a obra fez de Andy Warhol um artista internacionalmente famoso e o alçou à categoria de fundador da Art Pop.
Posterior ao retrato de Marilyn Monroe, muitos outros artistas seriam transformados em obra de arte pelas mãos e lentes de Warhol, entre eles, Mick Jagger, Elizabeth Taylor e Michael Jackson.
Por conta da produção em série dos autorretratos, Warhol era acusado de ser um artista que não tinha profundidade e que se repetia, críticas que também vinham acompanhadas de comentários machistas. Sempre irônico, ele dizia que não podia discutir com os críticos, pois, “eles têm razão”.
Sobre o fato específico de sua arte ser comercial – maneira depreciativa que críticos se referem a um artista – Warhol questionava: “O que é a arte? Ela vem de dentro ou é um produto?”.
Os diários de Andy Warhol
Além de ser o autor da obra de arte mais cara do século XX, Andy Warhol acaba de ganhar um documentário inédito na Netflix, cujo título é “Os diários de Andy Warhol”.
Na série documental acompanhamos as várias fases da vida de Warhol, mas de uma perspectiva diferente: a da sua solidão diante do caderno.
Com tom intimista e melancólico, a série nos mostra como a homofobia estrutural e o medo de morrer, fizeram de Warhol uma pessoa introspectiva, mas ao mesmo tempo inventiva e que amou demais.
A produção também nos dá a oportunidade de saber mais sobre a sua relação com o outro grande nome da Pop Art, Jean Michel Basquiat.
Uma relação que caminhava entre amor, admiração e amizade, mas, que no meio do caminho encontrou uma imprensa nociva que despejou racismo e homofobia na relação de troca artística dos dois artistas.
Além de ter se tornado um expoente da Pop Art, Basquiat foi responsável por tirar Warhol do ostracismo ao qual fora relegado na década de 1980.
Por fim, o documentário, em sua segunda parte, mergulha na vida de Basquiat e Warhol e mostra como a racismo e a homofobia foram implacáveis com ambos e, também, responsáveis pelo destino trágico dos dois artistas icônicos da Pop Art.
Com informações do Historia das Artes