A escritora Nélida Piñon, primeira mulher a ocupar a presidência da Academia Brasileira de Letras (ABL), morreu neste sábado (17) aos 85 anos em Lisboa. A informação foi confirmada aos meios de comunicação por Rodrigo Lacerda, editor da Record – que publicou livros da autora ao longo da sua carreira. A causa do óbito não foi divulgada.
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Nélida Piñon ocupou, a partir de 1990, a 30ª cadeira da ABL. Depois de seis anos tornou-se a presidente da instituição cuja fundação foi feita pelo ícone da literatura brasileira Machado de Assis, em 1897.
A escritora estreou em 1961 com o romance “Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo” e apenas dois anos depois lançou o seu segundo trabalho: “Madeira feito cruz”. Junto de nomes como Paulo Coelho e Jorge Amado, está entre os autores brasileiros mais lidos fora do país.
Em sua atuação internacional, apresentou clássicos da literatura brasileira a autores estrangeiros, como Susan Sontag. Além disso, foi a primeira brasileira a vencer o prêmio Juan Rulfo, considerado o Nobel da América Latina. Também foi a única brasileira a vencer o prêmio literário Príncipe de Astúrias, o maior da Espanha, em 2005. Na ocasião, desbancou autores como os americanos Paul Auster e Philip Roth, além do israelense Amos Oz.
Brasileira convicta, Nélida recusou a vida inteira uma possível nacionalidade espanhola, herdada da família. Mesmo tendo sido muito vinculada ao país por conta da sua produção literária, incluindo os prêmios conquistados, só foi obter a dupla cidadania no ano passado, após o próprio governo espanhol lhe conceder, por mérito, a nacionalidade.
Nomeada Embaixadora Íbero-Americana da Cultura em 2012, Nélida ainda foi doutora honoris causa de diversas universidades espalhadas pelo mundo: Poitiers em Santiago de Compostela (Espanha), Rutgers (EUA), Florida Atlantic (EUA), Montreal (Canadá) e a UNAM (México).
*Com informações do Uol.