A cantora Gal Costa, que morreu nesta quarta-feira (9) aos 77 anos, em São Paulo, um dos maiores ícones da música brasileira e artista reverenciada mundialmente, teve posições marcantes em defesa da democracia e contra o autoritarismo durante o período da Ditadura Militar (1964-1985). Mas um episódio, especificamente, mostrou como a “musa da Tropicália” enfurecia o regime e deixava em polvorosa a temida censura que vigorava naqueles anos.
Um disco seu, Índia, lançado em 1973, trazia um close bem na região genital da cantora, que estava trajando só biquini. A foto de Antonio Guerreiro usada na capa do LP gerou uma estrondosa ofensiva de censores militares contra a gravador Polygram, que foi intimada e precisou enviar o diretor Roberto Menescal para dar depoimento.
Diante da repressão fortíssima da época e sob pena de ter problemas “mais graves”, a Polygram lançou o disco numa embalagem lacrada, que não mostrava nada. O comprador, apenas ao chegar em casa e arrancar o plástico externo, tinha acesso à capa com a imagem que foi “demonizada” pela Ditadura.
Veja a capa: