O deputado federal Alexandre Frota (Pros-SP) declinou da indicação para compor o grupo de Cultura na equipe de transição para o governo Lula (PT). A decisão, anunciada nesta quinta-feira (24), vem após forte pressão da classe artística contra a presença do ex-ator nas articulações para a futura gestão petista.
Frota havia sido anunciado como membro da transição pelo coordenador da equipe, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), na última terça-feira (22).
A notícia, no entanto, caiu como uma bomba para parte da classe artística brasileira que apoia Lula, já que o deputado, apesar de ter votado no petista, era aliado de Jair Bolsonaro (PL), e sua indicação tomaria espaço de outros artistas mais alinhados ao projeto cultural do PT.
Diante da pressão, Frota foi às redes sociais para dizer que declinou da indicação." Fala pessoal, tenho visto os ataques covardes e preconceituosos que eu tenho recebido por ter sido convidado para a transição na Cultura, ataques inclusive à minha família que vêm de uma ala da esquerda sapatênis do Leblon. O Preconceito está na Transição que fala em um País Plural", escreveu.
"O Preconceito está na cabeça deles que falam da diversidade, de oportunidades pra todos, de respeito às diferenças, sem julgamentos (não é bem assim). Como estou de boa e não quero problemas, vou ficar com minha família e declinar do convite. Obrigado", prosseguiu o deputado.
Frota havia sido anunciado para a transição após indicação de seu partido, o Pros, que fez parte da coligação de Lula nas eleições, junto com outros partidos. Essas legendas vêm indicando seus nomes para compor a transição no âmbito de um acordo com o PT e as outras siglas.
Entre os outros nomes para a área de Cultura na transição anunciados por Alckmin na última terça-feira, estão, por exemplo, Túlio Gadêlha (Rede-PE), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Marcelo Calero (PSD-RJ) e Benedita da Silva (PT-RJ).