Charlie Watts, o baterista dos Rolling Stones, uma das maiores e mais longevas bandas de rock do planeta, morreu aos 80 anos, nesta terça-feira (24). A informação foi confirmada por Bernard Doherty, agente do músico, em comunicado para a imprensa britânica.
"É com imensa tristeza que anunciamos a morte de nosso amado Charlie Watts", escreveu o agente do músico.
Segundo informações do jornal Daily Mail, Watts morreu no hospital de Londres e estava cercado por sua família.
Charlie passou por um procedimento cirúrgico recentemente que o tirou da próxima turnê da banda. Em nota, na ocasião, Charlie afirmou:
"Com os ensaios começando em algumas semanas, isso é muito decepcionante para dizer o mínimo, mas também é justo afirmar que ninguém previu isso. Pela primeira vez, meu ritmo tem estado um pouco estranho. Tenho trabalhado duro para estar completamente bem, mas hoje eu devo aceitar os conselhos dos especialistas que isso vai demorar mais um pouco", lamentou.
O músico afirmou ainda não queria que sua recuperação atrasasse a turnê, que deve passar por Dallas, Atlanta, Los Angeles e Las Vegas.
"Depois de todo o sofrimento causado pela Covid, eu realmente não quero desapontar os fãs do Stones que já estão com seus ingressos com mais um anúncio de adiamento ou cancelamento. Por isso, pedi para meu grande amigo Steve Jordan para me substituir."
Em 2004, Watts passou por um tratamento contra o câncer. Na época, Jordan também assumiu o posto do baterista nos shows.
Charlie Watts, conforme escrito por esta coluna por ocasião de seu aniversário de 80 anos, em junho deste ano, largou um estável compromisso no Blues Incorporated, o primeiro grupo britânico dedicado ao ritmo dos negros americanos formado exclusivamente por músicos brancos, para se aventurar com os garotos Mick Jagger, Keith Richards e Brian Jones em um novo projeto que eles formavam. A troca, mais do que acertada, acabou virando muito rapidamente uma das maiores e mais longevas bandas de rock de todos os tempos.
A música dos Stones estaria muito aquém do que poderia ter sido sem ele. Seu acento característico no tempo fraco do compasso virou a marca registrada da banda tanto quanto a voz de Jagger, as guitarras de Richards e as suas fabulosas composições.
Charlie Watts conseguiu de maneira incomum ser uma espécie de ponto nevrálgico da banda, onde sempre aliou a sua técnica refinada, sua paixão pelo blues e pelo jazz, a capacidade de reforçar o tempo e carregar a banda feito um relógio à força e sensualidade do rock and roll.
É praticamente impossível imaginar os Rolling Stones sem Charlie Watts. Sem ele, o grupo de Mick Jagger e Cia passa a ser quase uma banda cover.
Sua morte é o fim de uma lenda.