A moçambicana Maria do Céu Harris, ex-companheira do cantor João Gilberto, morto em julho de 2019, acaba de ser despejada do apartamento onde vivia com ele até a sua morte no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro.
A ação de despejo foi decidida nesta terça-feira (6), pelo juiz Paulo Roberto Campos Fragoso, do TJ do Rio.
No local estão alguns bens de João Gilberto, inclusive seus violões.
De acordo com informações da coluna de Ancelmo Gois, o aluguel, que custa cerca de R$ 7 mil, não era pago nem pelo espólio do artista nem por Bebel Gilberto, a filha que tinha a curatela do pai até sua morte.
Roberto Algranti Filho, advogado de Maria do Ceu, afirmou antes do despejo que a ordem já havia sido expedida e a qualquer momento sua cliente teria que deixar o imóvel. “O João passou por problemas financeiros no fim da sua vida e acumulou algumas dívidas como as desse apartamento. A Maria não tem como arcar com as despesas. Durante toda a vida, desde 1984 quando o cantor a trouxe de Portugal para o Brasil, ele assumiu todos os gastos da companheira. Com a sua morte, Maria ficou à própria sorte”, relata.
Maria do Céu e seus advogados lutam na Justiça para garantir os direitos de viúva. “O próprio João Gilberto pediu ao filho para que não abandonasse a Maria após sua morte”, relembra Roberto, que defende a cliente em duas ações diferentes e está entrando com um novo processo, que pede o reconhecimento da união estável entre Maria e João.
“Reunimos uma quantidade enorme de documentos que comprovam a união estável dos dois. Além disso, entramos com um recurso para que seja validada a última vontade de João, que destinou 33% de seu patrimônio a Maria”, explica.
O advogado não sabe ao certo como Maria do Céu está vivendo, pois nunca trabalhou e não possui bens em seu nome. “Tudo era o João que pagava, eles tinham cartões de crédito em conjunto, mas ela não tem renda comprovada para se manter. Hoje, a Maria tem ajuda de alguns amigos”, conta.
Com informações adicionais do Extra