O grupo Vozes Bugras completa 18 anos de existência neste mês de abril com uma série de lives. A programação faz um apanhado de todo o repertório e das pesquisas feitas pelo grupo.
As lives acontecerão nos canais do grupo nas redes sociais, sempre às 20h nas datas agendadas, permanecendo no ar por 24h. Veja a programação abaixo:
As lives Raízes I (18/04) e Raízes II (20/04) remetem às matrizes fundantes da cultura brasileira com lendas e contos das tradições indígenas e africanas, registrados no CD Vozes Bugras.
Na live Motumbá (22/04) reverenciam a matriz africana da cultura brasileira e a sabedoria ligada à natureza e seus elementos, através de obras de compositoras e compositores contemporâneos.
Em Folia I (25/04) e Folia II (27/04) apresentam manifestações culturais que se realizam pelo Brasil no período do ciclo natalino, como pastoril, bois, folia de reis e lapinhas, registrados no CD Folia
Encerrando o ciclo apresentam o show Fertilidade (29/04) - um repertório totalmente autoral profundamente marcado por suas vivências no universo das tradições orais e espirituais da nossa cultura, e que integram o repertório do que virá a ser seu terceiro álbum.
Há oito anos, quando o grupo completou aniversário de dez anos de trajetória, escrevi nesta Fórum um texto sobre elas que compartilho abaixo:
O grupo Vozes Bugras é um ponto fora da curva no cenário da nossa música. É um caso à parte. É composto por sete valentes mulheres que se arvoraram a descobrir, desvendar e divulgar a canção mestiça brasileira. Um pouco mais do que isso, elas contam causos, mitos, ritos, lendas e tudo o mais que faz parte da tradição oral da gente que se miscigenou por essas bandas.
O resultado, depois de dez anos de existência do grupo, pode finalmente ser ouvido no lindo disco batizado única e tão somente Vozes Bugras. Segundo texto de Anabel Andrés, Vozes Bugras vem de um trocadilho com o Mistério das Vozes Búlgaras. “A denominação depreciativa, bugre, dada aos indígenas brasileiros pelos colonizadores, provém do termo francês bougre, referente aos ‘hereges búlgaros’, resistentes à ocupação de seu território em séculos passados, e estendeu-se a todo aquele que fosse considerado rude ou selvagem, em contraposição uma ideia exclusiva de civilização europeia”, conta.
Após este texto, o grupo ainda lançou o álbum “Folia” (2014), além do single “Confraria das Bruxas” (2020).
O grupo Vozes Bugras, atualmente, é formado por Anabel Andrés, Anunciação Rosa, Cássia Maria, Célia Gomes, Tiane Tessaroto e Uli, foi criado em 2002 e vem desenvolvendo desde então uma trajetória de pesquisa e valorização da cultura popular brasileira.
Seus espetáculos percorreram diversas cidades do Brasil, apresentando cantos, lendas e mitos que remetem à riqueza da nossa formação cultural, reverenciando a ancestralidade dos povos originários, africanos e as influências ibéricas portuguesas. A reflexão sobre o sagrado e o feminino no nosso legado cultural permeia o repertório a partir das referências das manifestações populares, e convoca também à transformação de atitudes e modelos culturais que perpetuam diversos preconceitos e enganos históricos.
Vozes Bugras na Internet:
Blog: www.vozesbugras-br.blogspot.com.br
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