O cantor e compositor Itamar Assumpção, representante da chamada vanguarda paulistana da década de 80, terá uma estátua em sua homenagem inaugurada na próxima quarta-feira (15), em frente ao Centro Cultural da Penha.
A inauguração dá continuidade às comemorações do primeiro ano de existência do Museu Itamar Assumpção - MU.ITA. A de Itamar é a primeira de cinco estátuas em homenagem a personalidades negras anunciadas este ano pela Prefeitura de São Paulo. A obra em bronze, com 1,80 m de altura, é assinada pelo artista plástico Leandro Júnior. Criador de peças expostas em museus de Nova Iorque, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, Júnior é professor de arte e escultura em comunidades quilombolas e tem um trabalho voltado para a ancestralidade africana e a história da escravização no Brasil.
Dia de programações
Além da inauguração do monumento, o dia contará com outras programações. A primeira delas é a Missa Afro na Igreja do Largo do Rosário dos Pretos, que começa às 11h e segue em procissão até o local da estátua, em frente ao CCPenha.
A solenidade de inauguração deverá contar com as presenças do ex-ministro da Cultura e Conselheiro do MU.ITA, Gilberto Gil; do Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes; da Secretária de Cultura do município, Aline Torres e, claro, da família Assumpção.
As Pastoras do Rosário, grupo formado por mulheres negras do bairro da Penha, cantam após a cerimônia e, a partir daí, o microfone fica aberto para a participação do público: poesia, rimas, músicas, todas e todos serão bem-vindes. O Bloco da Micaela anima a tarde no Largo e, às 17h, no Teatro Martins Penna, Anelis Assumpção apresenta um show com canções do Itamar e com a participação de Rincon Sapiência.
O Bloco Ilu Obá de Min traz seus tambores, pernas de pau a partir das 18h, no encerramento das comemorações do dia.
"É fundamental que toda a comunidade negra se movimente para estar presente e fazer ecoar este acontecimento. Não é todo dia que um artista negro brasileiro ganha uma estátua ou que a memória dos nossos é reverenciada. Num momento de tantos retrocessos, precisamos mirar no afrofuturo e reconstruir este país a partir das vivências e potências pretas", provoca Anelis Assumpção, cantora, compositora e diretora geral do museu que leva o nome do seu pai, Itamar Assumpção.