ANIMAGE começa nesta sexta-feira com sessões online e presenciais

Festival que acontece em Recife celebra diversidade da animação com curtas e longas inéditos, mostras especiais, competição internacional de curtas, masterclasses e oficinas, tudo com acesso gratuito

la physique de latristesse. Foto: Divulgação
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Começa nesta sexta-feira (8), em edição híbrida, com sessões online e presenciais no histórico Teatro do Parque, em Recife (PE), a 11ª edição do festival ANIMAGE - Festival Internacional de Animação de Pernambuco. O festival traz longas-metragens, competição internacional de curtas, mostras especiais, oficinas para crianças, iniciantes e profissionais, além de masterclasses, entrevistas e painéis, tudo com acesso gratuito.

O festival investe em um conteúdo que coloca o evento como um dos mais importantes do Brasil no seu segmento. "Nosso perfil sempre foi mais artístico e menos industrial e mercadológico. Buscamos oferecer ao público filmes que se destaquem por uma expressão pessoal marcante, autoralidade e uma estética artística evidente, nas mais diferentes técnicas", diz Júlio Cavani, curador do festival.

O ANIMAGE será o primeiro festival de cinema a ocupar com sessões presenciais o tradicional Teatro do Parque, espaço cultural centenário do centro do Recife, após a restauração que durou mais de dez anos. Um dos únicos teatros-jardim do Brasil, o Teatro do Parque foi fundado em 1915 e reinaugurado em 11 de dezembro de 2020.

A ocupação do Teatro do Parque será limitada a 300 lugares, atendendo aos protocolos de prevenção a Covid-19. O público será orientado sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras, será assegurado o distanciamento social entre as poltronas e o uso de álcool em gel. Os ingressos são gratuitos e a retirada será feita na bilheteria do teatro uma hora antes do início das sessões de cada dia.

A programação também contempla os pequenos, com longa e mostras de curtas para as crianças. Sessões especiais presenciais de curtas infantis também acontecem no Compaz Miguel Arraes, nos dias 14/10 (quinta) e 16/10 (sábado), com acesso gratuito.

Acessibilidade: os curtas-metragens brasileiros estarão disponíveis na plataforma online com Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) e a Mostra Brasil contará também com audiodescrição.

Toda programação online do ANIMAGE, como Mostras Especiais de curtas e longas, Mostra Competitiva, além das atividades masterclass, entrevista e painel, poderá ser acessada gratuitamente pelo site do evento animagefestival.com através da plataforma Shift72, disponível para todo o Brasil.  As oficinas acontecerão ao vivo pela plataforma Zoom.

Poster do Festival

Abaixo a Fórum destaca animações com recorte político e social que serão apresentadas durante o festival:

Dentro da Mostra Competitiva

Bestia, de Hugo Covarrubias (Chile, 2021, 16’)

Revisita a violenta ditadura militar ao acompanhar a vida privada de uma funcionária do departamento de inteligência chileno. 

https://youtu.be/5p7dC58RV4A

Tapajós: Uma Breve História da Transformação de um Rio, de Alan Schvarsberg e Cícero Fraga (Brasil, 2021, 15’)

Moradores de Miritituba, uma pequena vila no coração da Amazônia, lutam para sobreviver em meio aos grandes portos de exportação de soja.

Rasga Mortalha, de Thiago Martins de Melo (Brasil, 2019, 14’)

Animação feita a partir de mais de mil desenhos em Stop Motion, “Rasga Mortalha” conta a lenda da coruja “Suindara” — muito contada no folclore do Norte e Nordeste do Brasil — para abordar as urgências sociopolíticas do país. (faz problematizações urgentes sobre temas sociais como o genocídio indígena e a necropolítica).

Carne, de Camila Kater (Brasil, 2019, 12’)

Reúne depoimentos sobre vivências femininas, relatos íntimos e pessoais, cinco mulheres compartilham suas experiências em relação ao corpo desde a infância até a terceira idade. (temática social feminista)

“Não é fácil ser um corpo”, diz a atriz Helena Ignez em uma cena de Carne. A diretora Camila Kater elabora uma série de imagens com diversos materiais (tinta, massinha, película fílmica, objetos) e técnicas de animação para ilustrar depoimentos reais de mulheres que relatam experiências e sentimentos. Com bastante criatividade e liberdade visual, os recursos animados mostram-se perfeitos para expressar nuances do subconsciente, do pensamento e das sensações das personagens. Por ser estruturado por entrevistas verdadeiras, o curta pode inclusive ser classificado como documentário. O filme já ganhou mais de 20 prêmios e tornou-se um dos curtas-metragens brasileiros com a melhor carreira da temporada 2019-2020, com passagens por festivais concorridíssimos, como os de Locarno (Suíça), de Toronto (Canadá) e de Brasília.

https://www.youtube.com/watch?v=8MW4EbAB7Sg

Dentro da Mostra Brasil

Mensagem de uma Noite sem Fim, de Tiago Minamisawa e Barcabogante (Brasil, 2020, 3’) 

transmite a agonia vivida pelos brasileiros na pandemia 

Dentro da MOSTRA ALÉM DO EIXO

#polish_women_resistance, de um grupo de 49 animadoras da cidade de ?ód?. (Polônia, 2020, 8’) 

Comovidas e mobilizadas pela situação de nosso país, nós, um grupo de alunas do Departamento de Animação da Lodz Film School, decidimos agir. O Tribunal Constitucional aprovou uma lei que irá proibir o aborto em casos de anomalia fetal. Nos opomos firmemente aos eventos recentes em nosso país. É uma vergonha que tal regra tenha passado durante esses tempos extremamente difíceis de pandemia. Muitas de nós estamos com medo, e é exatamente por isso que queremos expressar união por uma causa justa.

Dentro da MOSTRA ANIMASIVO

O México sempre foi um dos principais polos na produção animada latino-americana, com bastante originalidade. Para assinar esta mostra especial, convidamos o festival mexicano Animasivo, que sugere uma seleção de curtas que utilizam elementos de documentário para expressar ideias pela linguagem animada

Filmes:

32-Rbit, de Victor Orozco (Alemanha/México, 2018, 7’)

Amor Nuestra Prisión, de Carolina Corral (México, 2016, 5’)

Dalia Sigue Aqui, de Nuria Menchaca (México, 2019, 11’)

Filme animado em cima de 5000 artigos, este curta metragem se insere nas vidas dos familiares das vítimas de desaparecimentos forçados no México.

Dejarse Crecer el Cuerpo, de Andrea Gudiño (México, 2018, 4’)

La Llorona, de Adriana Ronquillo (México, 2019, 4’)

Obra de arte simbólica para a conscientização sobre os feminicídios no México. Esta animação híbrida experimenta recursos criativos inovadores para comunicar, com beleza e dignidade, a luta de muitas famílias que perderam mulheres envolvidas nestas situações.

https://www.youtube.com/watch?v=L7gubRMvftc

Nos Faltan, de Atotonilco Studio (México, 2016, 4’) 

Uma alegoria sobre o sequestro de 43 estudantes em Iguala, México, em Setembro de 2014; “eles nos enterraram, mas não sabiam que éramos sementes.”

https://vimeo.com/207701039

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