A plataforma de streaming Disney+ não conta mais com cinco desenhos considerados clássicos da história do estúdio, famoso por suas produções em animação. A medida, por enquanto, só vale para os Estados Unidos, mas poderia ser reproduzida em outros países onde o serviço está disponível – como o Brasil.
As animações em questão são: “Dumbo” (1941), “Peter Pan” (1953), “A Dama e O Vagabundo” (1955), “Mogli, o Menino Lobo” (1967) e “Aristogatos” (1970). A razão para tal decisão é que algumas passagens desses filmes contêm cenas consideradas racistas ou ofensivas a alguns grupos étnicos e culturais específicos.
Cada filme retirado do catálogo tem seus motivos específicos. No caso de “Dumbo”, por exemplo, se considera que há diferentes passagens em que os escravos afroestadunidenses do Século XIX são ridicularizados e estereotipados.
O momento mais evidente seria durante a canção “The Song of the Roustabouts” (o termo “roustabouts” seria uma forma pejorativa de chamar os trabalhadores braçais após o período da escravidão, especialmente os negros, que ainda viviam em condições trabalhistas precárias).
Já em “Peter Man”, o preconceito é contra as populações indígenas norte-americanas, povos originários da região que foi invadida pelos colonos britânicos. Novamente, isso fica mais claro em uma passagem musical, durante a canção “What Makes Red Man Red” (um jogo de palavras que quer dizer “o que faz o ‘pele vermelha’ se zangar”.
No caso de “Aristogatos”, a crítica é com respeito à forma como é retratado o personagem Shun Gon, um gato siamês que representa uma caricatura racista dos asiáticos.
Vale lembrar que, em outubro passado, a Disney já havia colocado um filtro de idade nos mesmos filmes, pelos mesmos motivos. Eles passaram a ser considerados aptos apenas para maiores de 7 anos. Na ocasião, o CEO da empresa, Bob Iger, disse entender que “(essas cenas) estavam erradas naquela época, mas eram aceitadas, e já não são no mundo de hoje, e estamos corrigindo isso”.
Iger também comentou que alguns desses filmes tiveram novas versões recentes em live action (como atores reais), como “Mogli, o Menino Lobo” (2016), “Dumbo” (2019) e “A Dama e o Vagabundo” (2020), nos quais essas alusões racistas foram descartadas.