O secretário de Cultura, Mario Frias, ligou na semana passada para Jorge Pellegrino, presidente da Academia Brasileira de Cinema. O objetivo era influir na escolha do filme brasileiro candidato ao Oscar de 2021.
Frias disse a Pellegrino que não poderia se repetir o que ocorreu neste ano, em que o documentário "Democracia em vertigem", de Petra Costa, fora o escolhido. Ele disse ainda que o filme para 2021 deveria estar mais alinhado com os objetivos do governo federal.
Além de arrogante, a postura de Frias revela ignorância com relação aos trâmites dos filmes brasileiros que virão a concorrer ao prêmio.
A Academia Brasileira de Cinema é um órgão profissional que tem total independência para escolher seus indicados. Além disso, a instituição recebeu uma carta da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood chancelando que somente ela é a responsável pela indicação do filme brasileiro. E que o governo brasileiro nada tem a ver com esse assunto.
O secretário também desconhecia que o filme de Petra foi inscrito no Oscar pelo seu produtor, o Netflix.
Com informações da coluna de Lauro Jardim