Inspiradas nas mobilizações contra o racismo que tem ganhado força no Brasil diante do acirramento das desigualdades sociais provocadas pela pandemia do novo coronavírus, duas escolas de samba anunciaram no domingo (21) que vão levar a pauta do antirracismo para o próximo carnaval.
No Rio de Janeiro, a Beija-Flor de Nilópolis divulgou a sinopse do enredo que já havia sido anunciado há um tempo e chamado atenção no meio do carnaval, "Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor”.
Com a herança do povo tchowkwe, de Angola, a azul-e-branca da Baixada Fluminense pretende "levar para a Avenida um enredo sobre a contribuição intelectual negra para construção de um Brasil mais africano" e "empretecer o pensamento do mundo".
"Muitas vezes enquadrada no campo do primitivo e do exótico, nossa forma sofisticada de ver o mundo é desvalorizada por estruturas coloniais racistas que desprezam a riqueza intelectual que produzimos. Por isso, mais do que nunca, é hora de inspirar mentes, trabalhar pelo 'reencantamento' de tudo, e talhar em madeira forte nossos saberes, feito sementes espalhadas por soberanos pássaros de ébano", diz trecho da sinopse divulgada pela escola. Para ler na íntegra acesse aqui, no Carnavalize.
A Gaviões da Fiel também pretende levar a pauta para o Sambódromo do Anhembi. A escola divulgou um vídeo anunciando o enredo "Basta", que deve tratar sobre as pautas antirracista e antifascista, resgatar o histórico de lutas da Democracia Corintiana, e falar sobre autoritarismo.
"Um mundo sem tirania, sem ódio, sem vinolência, sem racismo, sem desrespeito, sem desigualdade, sem miséria", diz a Gaviões no vídeo. O carnavalesco responsável pelo desfile é Paulo Barros.
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