Uma laje com a paisagem da favela ao fundo, uma mesa de som, outra de bebidas e um celular com internet. Esses elementos foram suficiente para o DJ Henrique de Ferraz, de Ferraz de Vasconcelos (SP), fazer uma transmissão ao vivo, tocando funk, explodir nas redes sociais.
Em menos de 10 minutos de transmissão, o jovem, com suas músicas, conseguiu reunir mais de 100 mil pessoas assistindo à sua performance online.
Mais cedo, Henrique postou em suas redes sociais um vídeo que mostra a produção de sua apresentação. Ele contou com a ajuda de amigos que usavam máscaras e luvas.
As "lives", como são chamadas as transmissões de vídeo ao vivo nas redes sociais, tem sido o caminho encontrado por muitos artistas para manter o contato com seu público diante da necessidade do isolamento social, em meio à pandemia do coronavírus. A prática foi adotada por artistas que vão desde o mainstream, como Jorge e Mateus, até os artistas das comunidades e favelas, como DJ Henrique de Ferraz.
Valesca
Quem fez o mesmo, na noite deste sábado, foi a funkeira Valesca Popozuda. A cantora apostou em uma transmissão mais “intimista”: ela, o celular e o som.
Com clássicos do proibidão, Valesca conseguiu mais de 60 mil pessoas simultâneas em um show que durou cerca de duas horas. Trazendo sucessos da Gaiola das Popozudas e canções mais recentes do EP “De Volta Pra Gaiola”, a cantora rebolou e agitou a noite de muita gente. O nome da funkeira ocupou o topo dos assuntos mais comentados do Twitter.
Dois momentos chamaram atenção especial durante a transmissão. O primeiro aconteceu durante a música “Mama”, feita em parceria com MC Catra. Valesca não segurou a emoção e chorou durante o refrão do proibidão. Um dos grandes nomes do funk carioca, Catra morreu em 2018 de câncer.
Logo no fim do show, e após dezenas de pedidos, a artista ainda cantou um funk que fez quando conheceu o ex-presidente Lula, em dezembro de 2008. “Sou popozuda e represento a voz do morro. Luis Inácio é do povo, e escuta o que ele diz. A favela tem muita gente, que só quer é ser feliz”, diz trecho do funk que diz que o ex-líder sindical “não tirou o olho do popozão” da cantora. Ela ainda emendou um “Fora Bozo”.