Ao comentar o desentendimento com Chico Buarque, ocorrido após crítica a Lula, Raimundo Fagner se mostrou arrependido de ter votado em Jair Bolsonaro em 2018 em entrevista a Maria Fortuna, no jornal O Globo desta terça-feira (15).
"A atuação do Bolsonaro é ridícula. Ninguém está precisando ouvir as loucuras que ele fala, mas de paz. Ele tem é que trabalhar pelo Brasil. A maneira como se comporta não é a de um presidente. Quero que governe", disse Fagner, ressaltando que nunca foi petista, "mas já votei em Lula" quando era filiado ao PSDB e se decepcionou.
O cantor diz que, em 2018, gravou um vídeo em apoio a Bolsonaro por causa da "confusão" de amigos estampando "decalques do Haddad". Fagner diz que conheceu o presidente no avião, tirou foto, mas se recusou a participar de ato de campanha por apoiar Ciro.
"Conheci ele no avião. Se fotografou comigo dizendo que era para a mulher, mas publicou no Instagram. Fiquei meio assim… Ele queria que eu descesse com ele em uma manifestação que o esperava. Falei que estava comprometido com o Ciro Gomes. No dia que Bolsonaro ganhou, eu disse: "Agora, você é o presidente, tome conta do Brasil". Nunca mais estive com ele. Cantei o Hino Nacional na posse do (Luiz) Fux (Supremo Tribunal Federal), e Bolsonaro mal olhou para mim. Estou pouco ligando", disse.
Fagner ainda afirmou que Bolsonaro governa com deboche e que parece estar "em surto".
"Não aprovo a maneira como ele conduz o país. Parece que está em surto, um psicólogo podia dar uma força (risos). Tenho respeito pelo Tarcísio (Gomes de Freitas), ministro da Infraestrutura; para Paulo Guedes, não há como não tirar o chapéu. Mas esse deboche com que Bolsonaro se dirige à nação é inadmissível. Não acredito no que diz. Tenho amigos nessas queimadas pelo Brasil, gente na Defesa Civil de Brumadinho, Mariana… Para quem coloca “votou em Bolsonaro” no meu Instagram, quero dizer: votei para que tocasse o Brasil, não para falar besteira", finaliza, antes da repórter mudar de assunto.