Um dos maiores complexos de favela do mundo foi invadido na manhã deste sábado (28). Diferentemente, no entanto, do que ocorre rotineiramente pelas ruas e vielas do Complexo do Alemão, os invasores em vez de rifles e pistolas chegaram armados de livros.
A ação, coordenada pela Voz das Comunidades, jornal comunitário que traz notícias das favelas do Rio, está distribuindo cerca de 16 mil livros, entre eles obras de escritores negros como Emicida, Lázaro Ramos e Djamila Ribeiro, que focam o racismo estrutural.
Divulgada com a hashtag #InvasãodeLivros, a ação é um protesto dos 10 anos da megaoperação da polícia que invadiu a região como uma resposta a uma série de atentados que aconteciam no Rio em reação do crime organizado contra o projeto de Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
À época, a invasão expulsou traficantes e tinha como objetivo a instalação de escolas, unidades de saúde e áreas de lazer para a população.
“Foi criada uma expectativa muito grande em cima da própria comunidade pra que as pessoas pudessem acreditar naquele momento. Teleférico chegando, cinema, Nave do Conhecimento, Biblioteca Parque, isso e aquilo”, lembrou Rene Silva, fundador do jornal Voz das Comunidades ao portal G1.
O projeto, no entanto, perdeu força e foi abandonado definitivamente após o golpe que tirou Dilma Rousseff (PT) da presidência em 2016.
Veja imagens da ação no Complexo do Alemão e acompanhe pelo Twitter da Voz das Comunidades