A cartunista Laerte afirmou em entrevista ao folhetim Micuim, do Brasil de Fato, que Jair Bolsonaro está comprometido com um projeto que cultivou durante os quase 30 anos como parlamentar, de implantar uma ditadura nazista no Brasil.
"Bolsonaro está comprometido com um projeto que deixou muito claro na vida parlamentar dele, nas entrevistas e nas falas, que é instalar uma ditadura nazista. Do que se vale? De tudo. Na pandemia, vai atuar de certa forma. Se acabar a pandemia, vai colocar as tropas dele na rua, os bolsonaristas, milicianos", afirmou Laerte, ressaltando que seus trabalhos irritam os fascistas.
"As capas, as charges, as canções, tudo isso irrita o fascista. Também faz com que produza lá os dossiês dele. O que esse sujeito que ocupa o Ministério da Justiça faz é produzir dossiês para (usar) na hora conveniente. É isso", afirmou, em referência ao ministro André Mendonça, que substituiu Sérgio Moro na pasta.
Segundo ela, o patriarcalismo é o grande responsável pela ascensão de Bolsonaro e pela tentativa de opressão de quem pensa nos moldes bolsonaristas.
"Tenho uma amiga que prefere patriarcalismo porque acha que é o grande problema. Ele organiza as relações de gênero dentro de uma sociedade de forma opressiva para todos, incluindo os homens. Por isso prefiro chamar de patriarcalismo que é o entendimento de que os moldes da sociedade e da família hão de ser de um jeito só e qualquer desvio dessa norma é uma perversão", afirmou.
Laerte ainda disse que sente medo do que Bolsonaro tem causado no país e prevê um novo golpe de Estado, fascista, no Brasil.
"Continuo tendo medo. Acho meio estranho falar medo porque medo é paralisante. Está se confirmando que ele é um fascista. Ele se cerca de fascistas, alimenta o fascismo. Está se desenhando uma possibilidade de um golpe fascista. Eduardo Bolsonaro já falou isso. É um escândalo que todo mundo sabe que está para acontecer. Bolsonaro tinha que ser removido do lugar onde está. Mas como? É uma das questões que a gente vem considerando, como fazer, impeachment, TSE, internar, pode ser também. Internar não dá certo porque ele não é louco. Ele é um fascista mesmo. Dará um golpe assim que sentir com força para isso. Não tem o menor escrúpulo. Dará esse golpe e vai ser um horror. Ele não tem problema nenhum com isso. 100 mil mortos, para ele, 110 mil mortos, para ele é pinto".