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Mesmo com duras críticas pela falta de diversidade em edições anteriores, a premiação de 2020 do Globo de Ouro repetiu erros do passado e novamente não indicou nenhuma cineasta para disputar a categoria de melhor diretor. Para os artistas negros, o cenário é ainda mais problemático: a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA), reponsável pela premiação, encerrou a noite sem destacar nenhum talento negro, independente da categoria. Cynthia Erivo, do filme Harriet, foi a única atriz negra indicada nas categorias de cinema e televisão.
Ao comentar sobre a ausência de mulheres entre os indicados a melhor diretor, o comediante britânico Ricky Gervais, escolhido como apresentador da noite, debochou do cenário desigual.
"Nenhuma mulher diretora foi indicada neste ano. Isso é ruim. Eu tive uma conversinha com a HFPA, e eles me garantiram que isso nunca vai acontecer de novo. Em conluio com os grandes estúdios, a associação concordou em voltar a como as coisas eram, e mulheres diretoras não serão mais contratadas. Isso vai resolver o problema. Obrigado", disse, causando constrangimento entre o público.
A ausência de mulheres entre as indicadas vai na contramão do movimento dentro do setor, que registrou uma participação recorde de diretoras entre as 100 maiores bilheterias do ano. Mulheres comandam 10% dessas produções. O número ainda é baixo, mas representa um salto de 4,5% em realação a 2018.
Apesar disso, a edição deste ano conquistou uma vitória histórica. A compositora do filme "Coringa", Hildur Guðnadóttir, se tornou a primeira mulher a vencer sozinha na categoria de trilha sonora. Antes dela, a única premiada havia sido Lisa Gerrard, que dividiu o prêmio por Gladiador com Hans Zimmer.