Governo federal quer despejar Escola de Cinema Darcy Ribeiro para privatizar Correios

Alunos e professores estão indignados com a medida, que pode provocar o fechamento da escola, responsável por formar roteiristas, diretores, produtores, montadores e editores

Foto: Divulgação
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A Política de privatização de Jair Bolsonaro, comandada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, está fazendo mais uma vítima. Terminou neste sábado (25) o prazo para devolução do imóvel onde funciona a Escola de Cinema Darcy Ribeiro, no Rio de Janeiro, cedido pelos Correios há 20 anos.

Inicialmente, a casa estava em péssimo estado de conservação. Porém, foi reformada e transformada num polo audiovisual. Agora, com o projeto de privatização dos Correios, o governo de Bolsonaro quer o prédio desocupado para fazer o inventário de bens da empresa.

Alunos e professores estão indignados com a medida, que pode provocar o fechamento da escola, responsável por formar roteiristas, diretores, produtores, montadores e editores.

“A indústria brasileira movimenta R$ 25 bilhões por ano. Essa é uma escola que formou 20 mil alunos em 20 anos”, revela o professor Ricardo Mansur, ao G1. Acervos A escola foi tombada em 2018 como patrimônio cultural imaterial do Rio. No local estão guardados acervos de personalidades como o diretor Joaquim Pedro de Andrade e o ator José Wilker.

“Nós realmente recebemos um comunicado da empresa solicitando o imóvel. Nós temos feito várias reuniões e tratativas com a própria empresa tentando encontrar algum caminho de solução dessa questão. A escola não recebeu nenhuma notificação judicial, nada”, informa a diretora Irene Ferraz.

 
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Nota oficial sobre a sede da Escola de Cinema Darcy Ribeiro Nós, da Escola de Cinema Darcy Ribeiro (ECDR), informamos que, de fato, recebemos um comunicado dos Correios, em 2019, solicitando a entrega do edifício em que, há 20 anos, promovemos a educação e a cultura por meio da formação profissional no setor audiovisual. Desde então, temos empreendido todos os esforços junto aos gestores dos Correios, de forma a podermos dar continuidade às nossas atividades educacionais e sociais no imóvel. O edifício, localizado na esquina das ruas da Alfândega e Primeiro de Março, no Centro do Rio de Janeiro, teve seu uso cedido pelos Correios à Escola em janeiro de 2000. O espaço, em desuso desde 1993, encontrava-se em estágio avançado de deterioração. Realizamos, então, inúmeros investimentos para a restauração, recuperação, adequação e manutenção do edifício, visando sempre o uso em prol da formação profissional, do ensino e da pesquisa na área audiovisual e cultural. Hoje, mantemos um edifício funcional, de 5 pavimentos, que conta com salas de aula, ilhas de edição, estúdio, biblioteca e filmoteca, sala de exibição de filmes e outros locais preparados para receber estudantes do Rio de Janeiro e de todo o Brasil. Seguimos apostando em uma solução amigável com os Correios para que continuemos cumprindo um de nossos maiores objetivos: contribuir para o fortalecimento e a consolidação do cinema brasileiro. Por fim, agradecemos à comunidade escolar audiovisual e à sociedade pelo apoio e reconhecimento do trabalho realizado em prol da nossa Escola, que é patrimônio histórico, cultural e imaterial do Estado do Rio de Janeiro, e informamos que permanecemos em pleno funcionamento.

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