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Para Juca Ferreira, ex-ministro da Cultura do governo de Dilma Rousseff, é muito grave a fala do Roberto Alvim, Secretário de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, desta quinta-feira (16), onde copia trechos de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha Nazista, sobre as artes. “Não existe mais da parte deles a preocupação de esconder a inspiração fascista e nazista”.
Juca considera que “ao copiar um texto do tristemente conhecido Goebbels, Bolsonaro e seu governo dão um passo adiante”.
O ex-ministro lembra que o chefe da propaganda nazista de Hitler “se tornou notório pelo uso da manipulação sistemática da opinião pública alemã através da falsificação da realidade pelo aparato de propaganda do governo de Hitler. É dele a famosa frase: 'uma mentira repetida torna-se uma verdade'”.
Para Juca, a alusão aos nazistas “não se trata mais de inspiração e sim de vinculação com o pensamento fascista e nazista de maneira assumida, explicita”.
Ele lembra ainda que foi inevitável não pensar nos “nossos pracinhas que foram para a segunda guerra mundial combater os nazistas e fascistas e que morreram no campo de batalha”. Da mesma forma, Juca evoca a democracia brasileira, “que vem sendo paulatinamente substituída por mecanismos característicos de governos autoritários”.
“Penso na nossa cultura, que vai perdendo a liberdade de criação e expressão e sendo submetida a um dirigismo inaceitável, através da censura, da manipulação e do uso dos recursos públicos para cercear o trabalho criativo e crítico dos artistas”, lamenta.
Juca afirma que o país, com este governo, segue “substituindo o ambiente de liberdade plena por um clima de medo e de submissão e pela implantação da burrice e da boçalidade como valor”.
Revisionismo histórico
Já sobre o lançamento do programa de incentivo à cultura voltado para conservadores, lançado nesta quinta-feira por Roberto Alvim, ao lado do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Educação, Abraham Weintraub, Juca afirmou ser outra “manifestação inaceitável”.
“Eles mesmos vão financiar filmes com a intenção de rever e reescrever a história do Brasil e afirmar uma versão absolutamente falsa. A intenção clara é idiotizar a sociedade e permitir fazerem o que querem com o país”, encerrou.