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Sócrates, o Doutor, considerado um dos maiores jogadores brasileiros, faria 65 anos nesta terça-feira (19). Iniciou sua carreira no futebol aos 17 anos, passando por times como o Botafogo de Ribeirão Preto, Corinthians, Seleção Brasileira, entre outros.
Para o jornalista e amigo Juca Kfouri, Sócrates foi muito mais do que um jogador de futebol. “Um jogador de futebol que soube fazer da prática, do ofício dele, da missão dele como atleta muito mais do que isso. Como ser político, como alguém participante da vida pública brasileira. Como alguém que queria um Brasil mais justo, um Brasil menos desigual, um país mais democrático, um Brasil sem fome, sem racismo, sem homofobia, mais tolerante, tudo aquilo que ele sempre encarnou”, disse.
Sócrates virou nome de um campo de futebol construído coletivamente pelo Movimento dos Sem Terra (MST). O campo, localizado em Guararema, a 80 km de São Paulo, fica dentro da Escola Nacional Florestan Fernandes, espaço de formação política do movimento.
O jornalista José Trajano fala sobre a homenagem a Sócrates, com o campo de futebol do MST e a influência dele para jogadores e toda população brasileira: “Só lembrar dele já é um incentivo que as pessoas pensem e reflitam a importância de um jogador de futebol sendo coerente, preocupado com a política, com a sociedade. Então toda vez que o Sócrates é lembrado e homenageado, é uma maneira de dar uma cutucada nos jogadores, para que se inspirem, se espelhem no Sócrates”, comenta, Trajano.
Sócrates morreu com 57 anos, em dezembro de 2011, no Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo. Segundo o hospital, Sócrates morreu em decorrência de um choque séptico, uma infecção generalizada.
Com informações do Brasil de Fato
O escritor, cantor e compositor José Miguel Wisnik homenageou Sócrates com o lindo samba “Sócrates Brasileiro”, gravado por Na Ozzetti. Leia a letra e ouça abaixo:
Sócrates Brasileiro
José Miguel Wisnik
Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira
Deu um pique filosófico ao nosso futebol
O sol caiu sobre a grama e se partiu
Em cacos de cristais
As cores vestiram os nomes
E fez-se a luta entre os homens
Até os apitos finais
(Disseram os deuses imortais)
A história não esquece que a bola se negou mas chorou nosso gol
E vai se lembrar para sempre da beleza que nada derrotou
Mas quem será que diz que venceu
No país em que o ouro se ganhou e perdeu
(Derreteu)
O futebol é a quadratura do circo
É o biscoito fino que fabrico
É o pão e o rito o gozo o grito o gol
Salve aquele que desempenhou
E entre a anemia a esperança
A loteria e o leite das crianças
Se jogou
Com destino e elegância dançarino pensador
Sócio da filosofia da cerveja e do suor
Ao tocar de calcanhar o nosso fraco a nossa dor
Viu um lance no vazio herói civilizador
(O Doutor)