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Ao completar 60 anos de vida, o guitarrista Victor Biglione comemora de forma histórica: lançando o site “Seis Cordas para as Estrelas” (www.seiscordasparaasestrelas.com.br ), no qual reúne vídeos marcantes em 40 anos de carreira, tendo acompanhado mais de 300 artistas da MPB e da música internacional. Não à toa, o argentino radicado no Brasil tem bastante história pra contar, desde as conquistas de oito premiações em trilhas para cinema, até a impressionante marca de 35 discos solo, alguns deles gravados no exterior e com artistas internacionais, de alto gabarito, tendo viajado para mais de 25 países.
Do seu acervo particular, um registro inédito, guardado até então, salta aos olhos de qualquer admirador da música brasileira: seu show no Circo Voador, em 1991, no qual contou com a participação de Cássia Eller, cantando um repertório de blues e rock – o registro, de uma hora de duração, apresenta toda a desenvoltura da cantora, que pouco depois entraria para o hall dos maiores nomes da nossa música. A arqueologia musical segue, por exemplo, com a participação do guitarrista na banda de Moraes Moreira no primeiro Rock in Rio, em 1985, vibrando com uma plateia de milhares de pessoas cantando “Festa do Interior”. Com Djavan, outro vídeo, em 1988, tocando “Samurai” no programa Globos de Ouro, da TV Globo.
Outra relíquia audiovisual é ao lado de Gal Costa, em 1981, no fatídico show no Rio Centro, um pouco antes do atentado que manchou definitivamente o período militar. A cantora e todos os músicos apresentavam “Aquarela do Brasil” (Ary Barroso”) sem saber que havia uma segunda bomba em cima do palco e que, felizmente, não veio a explodir. Com Gal Costa, outro momento histórico, desta vez na série Grandes Nomes, da TV Globo, tocando “Meu Nome é Gal”: a cantora e o guitarrista fariam um duelo de voz e guitarra que entraria para nossa literatura musical.
Integrando o grupo A Cor do Som, salta aos olhos a participação na inauguração da saudosa TV Manchete, em 1984, com a música “Magia Tropical”, numa vinheta cujos efeitos visuais revelam os avanços nesta tecnologia desde então. Outro registro, no mesmo ano, no Cassino do Chacrinha, da TV Globo, traz o grupo interpretando “Magia Tropical” para um auditório diverso e empolgante.
O site reúne ainda outras relíquias, como sua participação em “Como se fosse a primavera”, com Chico Buarque, também em 1984, no programa “Grandes Momentos”, na época com o saudoso baterista e percussionista Wilson das Neves. O desfile de preciosidades segue com a participação do guitarrista, em 1995, no Heineken Concert, com João Bosco e John Patitucci, no Rio de Janeiro. Em 1992, com Eumir Deodato, tocando a icônica “Also Sprach Zarathustra”. Ao lado de Roberto Menescal, também em 1992, interpretando “Bye Bye Brasil”, e, mais recente, ao lado de Elza Soares, interpretando “Summertime”, dentre muitos outros registros disponíveis no site.
BIOGRAFIA
Victor Biglione consagrou-se no Brasil e no exterior como um dos maiores guitarristas e violonistas da atualidade, conquistando o reconhecimento do público e dos críticos. O músico foi o único brasileiro a participar no New York Guitar Festival no segundo semestre de 2002 nos EUA, onde também foi consolidar sua prestigiosa parceria com o ex-Police Andy Summers, gravando o segundo CD do duo, Brazil Splendid, em Los Angeles. O trabalho reuniu apenas clássicos a MPB com músicas de Tom Jobim, Milton Nascimento, Chico Buarque, Caetano Veloso e Cartola, entre outros. Biglione e Summers já haviam lançado, em 1998, o CD String of Desire pela BMG Internacional.
Outro importante momento da sua carreira - seu CD gravado há mais de 10 anos e ainda inédito com a inesquecível Cássia Eller, “Victor Biglione e Cássia Eller in Blues: If Six was Nine” – um trabalho de Blues, Rock e Jazz, selecionado e reconhecido pelos críticos como um trabalho de nível internacional.
Vem participando dos principais festivais de jazz em vários continentes, entre eles o Free Jazz (por cinco vezes), o Festival de Montreal (por quatro vezes), o New York Guitar Festival, entre outros, além de ter se apresentado mundo afora como convidado especial de importantes músicos brasileiros. Compôs ainda várias bandas sonoras para cinema, TV e teatro, entre elas para a minissérie “A Justiceira”, de 1997 de Daniel Filho e para os filmes “Como Nascem os Anjos”, de Murillo Salles, com o qual recebeu o Kikito de melhor banda sonora no Festival de Gramado e Faca de Dois Gumes, vencedora da melhor banda sonora no Rio Cine Internacional.
Ganhou ainda o Grammy Latino pelo CD Crooner, gravado com Milton Nascimento. Biglione consagra-se também por ter sido o único brasileiro eleito pela Washburn, uma das maiores fabricantes de guitarras do mundo, para fazer parte do seu seleto grupo de melhores guitarristas do planeta. Em 1988, o guitarrista ganhou o Grammy Internacional participando do CD "The Manhattan transfer" e, em 20017, ganhou o Kikito pela trilha de “Condor”. Em 2016, seu disco solo “Mercosul” foi indicado ao Grammy Latino.