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Trevas: a proposta, aprovada na Assembleia do estado, vem em meio a um levante conservador contra a liberdade artística nos museus pelo país. Projeto agora deve passar pela sanção do governo estadual
Por Redação
A Assembleia Legislativa do Espírito Santo aprovou, na tarde desta segunda-feira (23), um projeto de lei que proíbe nudez e representação de ato sexual em exposições de museus e equipamentos públicos do estado. A proposta foi votada em regime de urgência e ganhou o apoio de quase todos os deputados da casa. Apenas o deputado Sérgio Mageski votou contra.
De autoria do deputado estadual Euclério Sampaio (PDT), o projeto, de acordo com o parlamentar, visa "promover o bem-estar das famílias".
“Não se trata de punir manifestações quaisquer, senão as de natureza sexual que possam causar constrangimento aos cidadãos de diversas idades, crenças e costumes, portanto, o que se pretende com a matéria é a promoção do bem-estar das famílias do Espírito Santo”, escreveu.
A proibição abrangerá expressões artísticas ou culturais que contenham fotografias, textos, desenhos, pinturas, filmes e vídeos que exponham o ato sexual e a nudez humana, exceto quando a exposição tiver fins estritamente pedagógicos.
O projeto deve passar ainda pela sanção do governo do estado e, se sancionada a lei, o descumprimento acarretará em multa de R$ 3.186, 50, que pode ser duplicada em caso de reincidência.
A proposta vem em meio a um levante conservador e moralista encampado Brasil afora contra a liberdade artística. A exposição Queermuseu, em Porto Alegre, foi censurada pelo Santander Cultural após protestos de grupos de direita e uma performance do Museu de Arte Moderna de São Paulo, envolvendo nú artístico, foi extremamente criticada e também alvo de protestos. A peça de teatro "Jesus rainha o Céu", que tem uma atriz trans interpretando Jesus Cristo, também sofreu tentativa de censura recentemente.