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Charlotte Rampling, que concorre ao prêmio de melhor atriz pelo longa 45 anos, afirmou que os atores negros podem ‘não ter merecido’ entrar na lista final de indicados
por Redação
A atriz Charlotte Rampling, de 69 anos, afirmou nesta sexta-feira (22) que o protesto contra a falta de atores negros no prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos seria uma forma de “racismo contra os brancos”. “A gente não pode saber com certeza, mas talvez os atores negros não mereceram estar na lista final”, disse, em entrevista à rádio francesa Europe 1.
Ela também foi questionada quanto às cotas para negros, propostas pelo diretor Spike Lee. “Por que classificar pessoas? Hoje em dia, todo mundo é mais ou menos aceito… As pessoas sempre vão dizer: ‘Ele é menos bonito’; ‘ele é muito negro’, ‘ele é muito branco’... Alguém vai sempre dizer ‘você é muito isso ou muito aquilo’... Mas ‘será que nós temos que entender que deveriam existir um monte de minorias em todo lugar?”.
Rampling está entre as indicadas para o prêmio de melhor atriz pelo filme britânico 45 anos, do diretor Andrew Haigh, e já venceu na mesma categoria no prêmio de Berlim. Ela também é conhecida por interpretar Gaby, no filme Melancolia (2011).
Na semana passada, atores como Whoopi Goldberg, Viola Davis, George Clooney, Mark Ruffalo, Reese Witherspoon, Jada Pinkett Smith e Lupita Nyong’o, junto ao diretor Spike Lee, criticaram a postura da Academia. Por conta disso, a hashtag #OscarsSoWhite (#OscarTãoBranco, em tradução livre) viralizou nas redes sociais.
Já é o segundo ano consecutivo em que nenhum ator negro é indicado ao prômio máximo da atuação. Em resposta, a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, se posicionou: “É uma discussão difícil, mas importante, e está na altura de se fazerem grandes mudanças”.