Escrito en
CULTURA
el
Escritores de periferia, além dos saraus, constroem sistemas independentes de publicação e venda, numa tentativa guerrilheira de furar o bloqueio das indústrias editoriais que praticamente ignoram esta experiência
Por Dennis de Oliveira
[caption id="" align="alignright" width="242" caption="Nelson Macca, escritor e performático, no Sarau Bem Black no bar Sankofa, em Salvador (Leo Ornellas)"][/caption]
Estive em Salvador no início de agosto e, a convite de dois antigos amigos meus de lá, o Léo Ornellas e o Valdir Estrela, fui ver o “Sarau Bem Black”, evento em que escritores, poetas, músicos e outros praticantes da arte negros apresentam seus trabalhos no Bar Sankofa, no Pelourinho, todas as quartas-feiras à noite.
– Este fenômeno da cultura de periferia tem crescido, a despeito de um certo desprezo do “mundinho oficial da cultura”. A cultura negra nasce como um grito contra a opressão – a capoeira, o candomblé, o samba e, mais recentemente, o hip-hop. Não se trata apenas de uma expressão simbólica de um punhado de “artistas” que se consideram iluminados. Mas sim a luta pela resistência e existência como povo, a manutenção das conexões com a ancestralidade e a proposição de alternativas.
Continue lendo aqui