O jovem índio Tamy Zoé foi flagrado pelo médico Erik Jennings carregando o pai, Wahu Zoé, por quilômetros dentro da mata fechada até o posto de saúde. O objetivo, de acordo com o médico, era aplicar no pai uma dose da vacina contra o coronavírus.
De acordo com Jennings, em postagem na sua conta do Instagram compartilhada pela Articulação dos Povos Indígenas, este foi para ele “o momento mais marcante de 2021. Tawy Zoé trazendo o pai Wahu Zoé para a primeira vacina contra a covid-19. Tawy carregou o pai, por 6 horas dentro de uma floresta com morros, igarapés e obstáculos até a nossa base. Feito a vacina, colocou o pai nas costas novamente e andou por mais 6 horas até sua aldeia. Chega o ano de 2022, e não se registrou nenhum caso de COVID-19 na população Zoé.
Etnia Zoé
Depois, os dois regressaram de caminhada até a aldeia. Localizada no Norte do estado do Pará, os indígenas da etnia Zoé vivem em uma região entre dois rios: Cuminapandema e Erepecuru.
A cena foi compartilhada pela Articulação dos Povos Indígenas. Na publicação em seu perfil do instagram, Erik escreveu ainda sobre os impactos da pandemia na tribo que, até o momento, vive sem casos da doença.
Vacinação indígena no Brasil
O Ministério da Saúde informa que, até setembro do último ano, 80% da população indígena brasileira, acima de 18 anos, já havia recebido as duas doses do imunizante contra a COVID-19. Até a data, cerca de 87% do público-alvo já havia tomado ao menos uma dose.
Em outubro, 180 mil doses de reforço foram destinadas para o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSus). As primeiras doses chegaram nas áreas indígenas em 19 de janeiro de 1021.