CPI: Randolfe acusa Cascavel de “crime de usurpação do exercício de função pública”

Quando Eduardo Pazuello passou a ocupar a pasta da Saúde, em maio de 2020, o empresário Airton Soligo, conhecido como Cascavel, atuou no ministério por meio de um vínculo informal

Airton Cascavel - Foto: Reprodução/YouTube
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O vice-presidente da CPI do Genocídio, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acusou o empresário Airton Soligo, conhecido como Airton Cascavel, de cometer “crime de usurpação do exercício de função pública”. Ele era uma espécie de assessor informal do ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello.

“O senhor recebia prefeitos, frequentava reuniões para tratar da aquisição de respiradores, depois que o ex-ministro Eduardo Pazuello assumiu o Ministério da Saúde. Gostaria e destacar que o senhor cometeu crime de usurpação de função pública, previsto no artigo 328 do Código Penal”, afirmou Randolfe, durante depoimento do empresário à comissão, nesta quinta-feira (5).

Quando Pazuello passou a ocupar a pasta da Saúde, em maio de 2020, Cascavel atuou no ministério por meio de um vínculo informal, mas era conhecido quase como um vice-ministro. Em junho, quando sua atuação se tornou pública, ele foi nomeado assessor especial, sendo exonerado somente em 21 de março de 2021.

O vice-presidente da comissão mostrou, ainda, uma foto do empresário ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo Randolfe, Cascavel representava o Ministério da Saúde naquele momento, mesmo sem ser nomeado.

O senador também ressaltou o saldo da gestão do ex-ministro da Saúde, com ajuda do empresário: “Quando Pazuello assumiu, havia quase 15 mil mortos pela Covid-19. Quando ele saiu, eram 298.676 mortos".

Corrupção

Em seguida, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) criticou o fato de Cascavel não ter formação em saúde para exercer uma função tão importante no ministério. O parlamentar questionou, também, se o empresário tinha sido alvo de algum processo por corrupção.

Cascavel disse que isso tinha ocorrido quando ele foi prefeito de Mucajaí, município de Roraima. No entanto, afirmou que foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O senador, então, rebateu, dizendo que pelas informações que recebeu o processo foi arquivado por prescrição.

Vieira também inquiriu o empresário sobre um processo de grilagem de terra. Cascavel admitiu, mas afirmou que não era verdade. Destacou, ainda, que não tinha conhecimento sobre o desfecho do caso.