O governo federal decidiu rescindir, de forma unilateral, o contrato com a empresa Bharat Biotech, fabricante da Covaxin, vacina contra a Covid-19. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI do Genocídio, usou as redes sociais para enaltecer o papel da comissão.
“O Ministério da Saúde rescindiu o contrato de aquisição da Covaxin, que envolvia a Precisa. A CPI impediu um golpe de mais de 1 bilhão de reais no povo brasileiro! Ahh se não fosse a CPI, hein?”, tuitou.
“Foi mais uma vitória da CPI da Covid, que investiga as operações de venda da vacina Covaxin, que tinha intermediários acertados com gente do governo. O contrato foi rescindido, mas as investigações da CPI vão continuar”, declarou Randolfe em entrevista ao blog de Valdo Cruz, no G1.
O anúncio do cancelamento havia sido feito em julho, após as suspeitas, cada vez mais concretas, de irregularidades nas negociações entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos, que intermediou o contrato.
A questão é que, na oportunidade, o governo de Jair Bolsonaro afirmava que ainda iria negociar a rescisão. Agora, a decisão foi unilateral.
A Covaxin foi o imunizante mais caro negociado pelo governo Bolsonaro. Por isso, as negociações se tornaram alvos de investigações da CPI do Genocídio, do Ministério Público Federal (MPF), da Polícia Federal (PF) e do Tribunal de Contas da União (TCU).
Importação
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) havia suspendido, em julho, a autorização de importação da vacina. A decisão foi tomada depois que a Bharat divulgou que a Precisa Medicamentos não tinha mais autorização para representar a empresa indiana no Brasil.
O servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, em depoimento à CPI, declarou que houve pressão para que a Covaxin fosse adquirida pelo governo Bolsonaro. As denúncias foram corroboradas por seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF).