O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI do Genocídio, fez uma exigência, nesta quinta-feira (15), durante sessão da comissão: a exoneração do coronel Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, atualmente assessor especial da Casa Civil, lotado no gabinete da Presidência da República.
Aziz tomou a atitude após o CEO da Davati, Cristiano Carvalho, declarar que se reuniu com Franco para negociar imunizantes que não existiam.
“Estamos discutindo algo muito mais grave. Que a Davati não tem uma vacina para vender, nós já sabemos. O coronel Elcio Franco ainda está no gabinete do presidente. Ele não está mais no ministério, não. Ele está lá no gabinete do presidente. Um cidadão como Elcio Franco não pode estar na antessala do presidente”, destacou o senador.
“Não podemos generalizar, mas não podemos fazer de conta que não está acontecendo nada. Você não pode passar a mão na cabeça de quem negociou a vacina fantasma e ainda com indício forte de que pediram propina”, acrescentou Aziz.
Em seu depoimento, o executivo da Davati confirmou que houve pedido de propina para as negociações envolvendo doses das vacinas da AstraZeneca. “Mas não se falava de propina. Falava-se de comissionamento”, afirmou.
O executivo da Davati ratificou que houve reunião do Ministério da Saúde com o cabo Luis Dominghetti, o reverendo Amilton Gomes de Paula, o coronel Helcio Bruno e o secretário da pasta, Elcio Franco.
Além disso, afirmou, ainda, a existência de contatos com o coronel Guerra, assessor do adido militar da embaixada do Brasil em Washington e o coordenador-geral de Planejamento do Ministério da Saúde, coronel Cleverson Boechat Tinoco Ponciano.
Operação Tabajara
O senador Rogério Carvalho (PT-SE), durante a sessão, mostrou a lista de militares mencionados até o momento na CPI, todos coronéis do Exército.
“Tem o coronel Boechat, que era coordenador de Planejamento do Ministério da Saúde, coronel Guerra, coronel Blanco, Elcio Franco, agora Hélcio Bruno… ou seja, temos uma associação de vários coronéis em torno dessa operação tabajara”.