Um percentual de 20% do total das doses de vacinas contra a Covid-19 está oficialmente destinado aos bancários e empregados dos Correios: trabalhadores de setores essenciais ao país. A medida foi confirmada pelo Ministério da Saúde, por meio de nota técnica publicada nesta quarta-feira (14), incluindo a categoria bancária no grupo prioritário da vacinação.
Com a inclusão dos bancários no Plano Nacional de Imunização (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS) — reivindicada, desde o início da pandemia, pela Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e outras entidades sindicais — estados e municípios podem iniciar a imunização destes trabalhadores.
“Sabemos o quanto é importante a vacinação dos bancários da Caixa, que desde o início da pandemia se mostram essenciais no pagamento do auxílio emergencial e de outros benefícios sociais para milhões de brasileiros”, destaca o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. “Com os empregados vacinados, também diminuem os riscos de contaminação da população que precisa de atendimento nas agências do banco”, acrescenta.
A nota técnica do Ministério da Saúde é resultado de diferentes ações dos representantes dos bancários e dos trabalhadores dos Correios junto ao governo federal. No início deste mês, durante reunião com entidades sindicais, o ministro Marcelo Queiroga confirmou a categoria como prioritária na vacinação. Só este ano, a Fenae enviou dois ofícios à Pasta solicitando a inclusão dos trabalhadores da Caixa no grupo prioritário.
A Fenae e o movimento sindical também atuaram junto ao Legislativo federal em defesa da vacinação dos bancários. No último mês de junho, a Federação e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) encaminharam ofício ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O documento pedia celeridade na votação do projeto de lei que incluiu os bancários no grupo prioritário para a vacinação contra a Covid-19 pelo PNI.
A inclusão dos empregados da Caixa e de outros bancos no grupo prioritário foi aprovada pela Câmara dos Deputados, dia 18 de junho, por meio de emenda e destaque ao Projeto de Lei 1.011/2020. Como lembra a Fenae, o Decreto 10.329, de abril do ano passado, considerou os serviços bancários como uma das atividades essenciais ao país.
As entidades sindicais vêm alertando que incluir a categoria entre o público prioritário na vacinação contra a Covid-19 contribuirá para o controle da disseminação do novo coronavírus, dado o atendimento ocorrer em ambiente fechado e haver frequente contato com cédulas, além de documentos e caixas eletrônicos manipulados por diversas pessoas. “É preciso que o público que frequenta as agências bancárias encontre o ambiente mais protegido possível”, ressalta Sergio Takemoto.
Mortes
A Fenae observa que estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos (Dieese), a pedido da Federação, revelou que o número de mortes de empregados da Caixa mais que triplicou: percentual de aumento de óbitos chega a 253% quando comparados os primeiros quadrimestres de 2020 e 2021. Embora o levantamento não atribua as mortes à contaminação pelo novo coronavírus, a quantidade de óbitos de trabalhadores da estatal cresceu exponencialmente durante a pandemia: foram 46 falecimentos nos primeiros quatro meses deste ano contra 13 no mesmo período de 2020.
De janeiro do ano passado a abril deste ano, um total de 108 bancários da Caixa Econômica perderam a vida. O estudo do Dieese mostrou também que o maior pico de mortes de empregados do banco público ocorreu no último mês de abril: 16 óbitos.