Para comprar 200 milhões de doses da vacina russa Sputnik V, contra a Covid-19, o Ministério da Saúde de Jair Bolsonaro tentou usar o mesmo modelo utilizado na aquisição da Covaxin. As informações constam em um documento, em posse dos integrantes da CPI do Genocídio, obtido por Gerson Camarotti, no G1.
As conversas aconteciam mesmo sem os imunizantes terem recebido aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mesmo caso da Covaxin, alvo de denúncias de irregularidades investigadas pela CPI. A Sputnik V pode entrar na mira da comissão.
O documento é dirigido ao Fundo Soberano Russo e assinado pelo ex-secretário executivo do ministério, coronel Elcio Franco.
A carta foi encaminhada em março, mesmo período em que o governo Bolsonaro tentava comprar 100 milhões de doses da Covaxin, em um contrato apontado pela CPI como cheio de irregularidades.
Franco deixa claro que quer a confirmação de que a farmacêutica brasileira União Química continua como representante da Sputnik V no Brasil.
A representante
“Antes de lançarmos formalmente as negociações, contudo, agradeceria receber do Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF) confirmação sobre o status do relacionamento com a União Química Farmacêutica Nacional S/A, que por ora segue sendo a representante oficial do RDIF no Brasil e firmou contrato com este Ministério da Saúde de venda de 10 milhões de doses da vacina Sputnik V para o segundo trimestre de 2021”, disse Franco, no documento.
Integrantes da CPI indicam que a contratação de vacinas por intermediários teve tratamento preferencial do governo Bolsonaro, ao contrário do que ocorreu com os grandes laboratórios, como Pfizer, Janssen e Butantan.