O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, assim como o comandante do Exército da Amazônia, general Theophilo Oliveira, receberam um pedido de socorro do governo do Amazonas cinco dias antes do esgotamento de oxigênio no estado. Segundo informações da Folha de S.Paulo, os pedidos não foram atendidos a tempo, o que contribuiu com a morte de pacientes com Covid-19.
O ofício foi assinado pelo governador do Amazonas, Wilson Lima (PSL), aliado do presidente Jair Bolsonaro. O documento foi enviado a Pazuello em 9 de janeiro, alertando para a "iminência de esgotamento" e para a "necessidade de resguardar a vida dos pacientes" no estado.
No mesmo dia, o governador encaminhou um ofício ao comando militar no Amazonas, usando as mesmas expressões do documento que Pazuello recebeu. Wilson Lima então pede ajuda para o transporte de 36 tanques de oxigênio, em "caráter de urgência".
Segundo a reportagem, o Ministério da Saúde ajudou a transportar 200 cilindros de oxigênio a partir de Vinhedo (SP), em 12 de janeiro, e 150 cilindros oriundos de Belo Horizonte, a partir de Guarulhos, em 13 de janeiro. Os primeiros seis tanques foram embarcados somente no dia 12, chegando a Manaus no dia 13. A capital amazonense passou por colapso de oxigênio no dia seguinte, 14 de janeiro.
O ofício foi descoberto pela Polícia Federal em inquérito aberto por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). O documento foi enviado à CPI da Covid-19 no Senado.