A médica cardiologista Ludhmila Hajjar, que foi cotada para substituir Eduardo Pazuello, no Ministério da Saúde, em março, disse a integrantes da CPI do Genocídio que está com medo de depor na comissão. Ela teme o avanço de ameaças e ataques bolsonaristas que já vem recebendo.
Dois integrantes da CPI informaram à coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles, que Ludhmila afirmou a eles que receia que seu depoimento intensifique ainda mais os ataques dos aliados do presidente. Ela anda com segurança e em carro blindado.
A médica começou a ser hostilizada depois de ter recusado convite de Jair Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde. Ela criticou ações do governo federal na condução do combate à pandemia do coronavírus.
A cardiologista, inclusive, é favorável ao distanciamento social, lockdown, em determinados casos, e vacinação em massa, ao contrário do que prega o governo Bolsonaro desde o início da pandemia.
“Presidenta I love you”
O ódio bolsonarista aumentou ainda mais depois que um vídeo passou a circular nas redes, onde Ludhmila aparece ao lado do médico Roberto Kalil Filho, cantando “Amor I love you”, de Marisa Monte, para Dilma Rousseff.
A cena se deu no Hospital Sírio Libanês, onde a ex-presidenta tratou o seu câncer. A médica canta a música de Marisa Monte e em determinado momento altera uma das frases do refrão e diz “Presidenta I love you”, o que faz Dilma se emocionar.
Convocação
Neste domingo (6), integrantes do chamado G7, grupo majoritário da CPI, defenderam que a comissão chame Ludhmila para depor a respeito dos motivos que a levaram a não aceitar o convite para o ministério.
Com o objetivo de evitar possíveis constrangimentos, senadores do G7 sugeriram que a comissão aprove a convocação, e não convite, para Ludhmila depor. Assim, ela teria o argumento de que foi obrigada a comparecer.