A tropa de choque do governo de Jair Bolsonaro demonstrou descontrole e desespero durante sessão da CPI do Genocídio, nesta sexta-feira (25), com o depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda.
Desde o início, os senadores Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo Bolsonaro, e Marcos Rogério (DEM-RO) mostraram que estavam dispostos a tumultuar. Ambos, principalmente Coelho, aos gritos, tentavam interromper o relator, Renan Calheiros (MDB-AL).
“O Fernando Bezerra que está aqui hoje não é o Fernando Bezerra que eu conheço, está muito nervoso”, declarou Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.
Em relação ao fato de Luis Ricardo ter sido pressionado por superiores e pelo diretor da Precisa Medicamentos para apressar a aquisição da Covaxin, fato atípico em negociações do governo, e em horários anormais (à noite e no final de semana), Marcos Rogério perguntou: “Agora trabalhar até mais tarde é problema?”.
A pergunta provocou uma reação bem-humorada da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA): “Tá mais perdido do que cego em tiroteio”.
“Motivação”
A pior confusão ocorreu quando Marcos Rogério acusou Luis Miranda de ter uma “motivação” pessoal para denunciar o governo Bolsonaro.
A insinuação irritou os senadores presentes na CPI, que perguntaram insistentemente qual seria a motivação. “Qual é a motivação dele?”, indagou o presidente da comissão, Omar Aziz PSD-AM).
Depois do bate-boca, a sessão foi interrompida por dez minutos.