O Tribunal Regional Federal da 3ª Região autorizou, nesta sexta-feira (18), a retenção do passaporte do empresário Carlos Wizard. Ele deveria ter ido depor à CPI do Genocídio na quinta (17), porém não compareceu. A entrega do documento deve ser feita logo que ele retornar ao Brasil.
A decisão foi da 1ª Vara Federal de Campinas, depois que a Polícia Federal (PF) fez buscas na casa e no escritório do empresário e não o encontrou, pois ele está fora do país.
“Após as informações da Delegacia de Polícia Federal em Campinas, verificou-se que o Senhor Carlos Wizard encontra-se fora do Brasil. Assim, em acatamento à segunda parte da ordem, determino à Polícia Federal que cumpra o último parágrafo do ofício 1560/2021 CPI PANDEMIA, ou seja, proceda a retenção do passaporte de CARLOS ROBERTO WIZARD MARTINS imediatamente após o seu ingresso em território nacional”, determinou o juiz federal.
O relatório da PF, divulgado nesta sexta-feira (18), aponta que Wizard não foi localizado. Os policiais tocaram o interfone de seu prédio e ninguém atendeu e, quando já estavam deixando o local, um funcionário da casa do empresário teria afirmado que que não o vê “há bastante tempo”.
Não à toa. Já era de conhecimento público que, em março, Wizard foi para os Estados Unidos e permanece lá até agora. Para evitar depor à CPI, ele chegou a alegar, através dos advogados, que não está com seu passaporte em mãos.
Investigado
Os advogados do empresário questionam o fato de a CPI tratar Wizard como “testemunha faltosa” e não como um investigado. No entendimento da defesa, ele já está sendo investigado e, por isso, deveria ter os direitos garantidos a alguém nessa condição.
Wizard é apontado como um dos integrantes do chamado “gabinete paralelo”, que teria assessorado Jair Bolsonaro durante a pandemia do coronavírus.