Na CPI do Genocídio, Natalia Pasternak critica negacionismo de Bolsonaro: "Essa mentira mata"

Microbiologista diz que defesa incessante da cloroquina atrasou o Brasil em pelo menos seis meses em relação ao resto do mundo

Reprodução/TV Senado
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Em depoimento à CPI do Genocídio, nesta sexta-feira (11), a microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Natalia Pasternak, criticou o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro na pandemia da Covid-19, destacando que ações do governo influenciaram na morte de pacientes.

Segundo a cientista, a defesa que o presidente faz da cloroquina e de outros medicamentos que não têm eficácia contra a doença atrasou o Brasil em pelo menos seis meses com relação ao resto do mundo.

"Nós estamos pelo menos 6 meses atrasados com relação ao resto do mundo, que já descartou a cloroquina, e aqui no Brasil nós continuamos discutindo isso. Isso é negacionismo, senhores, não é falta de informação. É uma mentira", afirmou Pasternak.

"No caso do Brasil, é uma mentira orquestrada pelo governo federal e pelo Ministério da Saúde. Essa mentira mata, porque leva pessoas a comportamentos irracionais e que não são baseados em ciência", continuou a cientista. "Não devemos nunca permitir que negacionistas ocupem posições de poder", completou.

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Ao longo de sua fala, Pasternak enfatizou diversas vezes que estudos científicos confirmaram que a cloroquina não tem eficácia contra a Covid-19. "Cloroquina já foi testada em tudo. A gente testou em animais, a gente testou em humanos, a gente só não testou em emas porque as emas fugiram", ironizou.

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