Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, deve deixar a condição de testemunha para ser oficialmente investigado na CPI do Genocídio. A iniciativa é do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão, de acordo com reportagem de Julia Lindner e Paulo Cappelli, em O Globo.
Outro personagem que pode se tornar investigado, conforme desejo de Renan, é o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco.
O relator da CPI anunciou, nesta sexta-feira (11), que os trabalhos entram em nova fase a partir da próxima semana. É unânime entre os integrantes da comissão de que já existem informações suficientes para direcionar a investigação para suspeitos de irregularidades.
Em relação a Pazuello, a crise no abastecimento de oxigênio no Amazonas e o estímulo ao uso da cloroquina, medicamento ineficaz no tratamento da Covid-19, são elementos que comprovam a necessidade de tornar o ex-ministro investigado. Elcio Franco, como era o braço direito de Pazuello, deve seguir o mesmo caminho.
Além dos dois, Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, poderá deixar a condição de testemunha e se transformar em investigado. No caso dele, porém, não existe consenso entre os membros do G7, grupo de integrantes da oposição e independentes da CPI.
Acesso a documentos
O objetivo da comissão ao mudar o status de alguns depoentes é obter mais facilidade no acesso aos documentos. No caso da quebra de sigilo telefônico, por exemplo, já existem questionamentos na Justiça, porque os alvos da medida não são investigados.
“Pazuello e Elcio Franco são dois personagens que, acredito, devem passar para a categoria de investigados. A decisão é do relator, que disse que pretende compartilhar conosco”, afirmou Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI.