Randolfe protocola requerimento para convocar Paulo Guedes a depor na CPI do Genocídio

“O distanciamento entre os dois ministérios (Saúde e Economia) era real. Eu dialogava, de vez em quando, com o segundo escalão, mas os telefonemas para o ministério não eram respondidos”, declarou Mandetta

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O vice-presidente da CPI do Genocídio, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), anunciou, na tarde desta terça-feira (4), que protocolou um requerimento convocando o ministro da Economia, Paulo Guedes, para depor na comissão.

A medida foi tomada com base nas afirmações do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. “O distanciamento entre os dois ministérios (Saúde e Economia) era real. Eu dialogava, de vez em quando, com o segundo escalão, mas os telefonemas para o ministério não eram respondidos”, declarou.

Mandetta disse que o Ministério da Economia achava que a pandemia seria curta. Segundo ele, Guedes acreditava que a economia do país, que, segundo ele, cresceria 2,5% do PIB, diminuiria para 2%. Essa seria a perda, na avaliação do titular da pasta. “Ele não compreendia que a pandemia seria longa”.

“Eu avisei ao Ministério da Economia sobre todos os detalhes. Falei quanto tempo deveria durar a primeira onda, quantos pacientes poderiam ser infectados e mortos, em 2020, enfim, todos os números. Era preciso que os dois ministérios adotassem notas técnicas conjuntas, mas não foi isso que aconteceu”, declarou Mandetta, jogando a responsabilidade total para Guedes.

Equipe técnica de guerra

O ex-ministro afirmou, ainda, que montou o que chamou de “melhor equipe técnica possível, mas essa liderança não quis uma liderança técnica comandando o processo”, disse, se referindo a Jair Bolsonaro.

Mandetta aproveitou para criticar a nomeação de pessoas de fora da área da Saúde para o primeiro escalão do ministério. "Imaginem se fosse uma guerra, se o Brasil fosse invadido e o país fosse comandado por um médico ou um padre. Foi um erro duro. Pelo menos agora, embora sem muita experiência, o ministro tem o linguajar médico", destacou, em alusão a Marcelo Queiroga.