Uma nova variante do coronavírus, a P.4, foi identificada primeiro em Mococa e passou a ter alta circulação em Porto Ferreira, ambos os municípios no interior de São Paulo.
O anúncio foi feito, nesta terça-feira (25), pelo pesquisador da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, João Pessoa Araújo Júnior.
De acordo com o especialista, ainda não é possível saber se a P.4 é mais contagiosa ou perigosa do que o vírus “comum”.
Araújo conta que as análises da universidade foram submetidas ao Global Initiative on Sharing All Influenza Data (Gisaid), iniciativa internacional de acesso aberto a informações a respeito de genomas de vírus influenza e coronavírus. O grupo foi responsável pela designação P.4.
“Agora, foi identificada a P.4, que tem origem ainda desconhecida, mas ela foi reconhecida no leste de São Paulo, primeiramente em Mococa, depois nós vimos uma alta frequência dela na cidade de Porto Ferreira, onde nós concentramos o nosso estudo", conta o pesquisador, em entrevista ao G1.
Ascensão
Ainda conforme Araújo, o reconhecimento da nova variante é importante, pois mostra que está em ascensão.
“Ela está num ambiente onde a P.1 predomina, onde a variante britânica predomina também. Mas ela está subindo com uma frequência que nos preocupa muito. Então, isso foi reconhecido pelo Gisaid. E agora, com esse nome, a gente vai ter condição de acompanhar melhor qual vai ser a disseminação dela”, conta.
“E a gente quase que implora para os órgãos competentes de saúde para olharem com mais cuidado para essa região, para minimizar a transmissão dessa variante P.4. para outras regiões, como aconteceu com a variante P.1”, acrescenta Araújo.