Um grupo de mães lactantes realizaram neste sábado (22) uma carreata em Curitiba (PR) pedindo a inclusão no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19. Nas últimas semanas, movimentos similares tem se multiplicado. No plano prioritário da capital estão incluídas gestantes e puérperas.
“Além dos benefícios dos anticorpos passados às crianças pelo leite materno, conforme estudos nos EUA e Israel, imunizar uma mãe é proteger toda uma rede de apoio. A família, que é a base da sociedade, sofre inteira quando a mãe de uma criança amamentada fica doente. Nós defendemos a vacina para toda a população brasileira, porém pedimos prioridade. Além de oferecermos aos nossos filhos a única proteção de anticorpos que eles podem ter neste momento, existem prejuízos psicossociais em perder uma mãe de forma tão precoce”, disse uma das organizadoras do evento, Midiane Brasileiro Nogueira, bancária e mãe de Caetano, com 2 meses.
“Da lei federal n.10048 que prevê preferência à públicos determinados vulneráveis, o único excluído foram as lactantes e isso não é justo. Vacinar lactantes é reconhecer o direito humano à saúde e proteção constitucional da maternidade como objetivo prioritário dos gestores públicos, além de estar associada a uma política pública de incentivo ao aleitamento materno”, disse ainda.
Pesquisas desenvolvidas ao longo dos anos de 2020 e 2021 indicam que os anticorpos da mãe vacinada são transmitidos ao bebê através do leite materno sem riscos para o lactente, o que aumenta as chances de proteção incrementada a pelo menos duas pessoas a partir de uma única aplicação da vacina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a vacinação de lactantes.
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde, apresentou nesta semana um projeto de lei que determina que gestantes, puérperas e lactantes de até dois anos, sem comorbidades, sejam incluídas na lista de prioridades do Plano Nacional de Imunização (PNI).
Veja fotos registradas pelo fotógrafo Eduardo Matysiak: