Uma das justificativas do governo de São Paulo para promover o retorno das aulas presenciais, mesmo com a pandemia do coronavírus, é a necessidade que os alunos têm de receber uma alimentação balanceada, de acordo com reportagem da Carta Capital.
No entanto, ao menos 33 escolas estaduais da zona leste de São Paulo reabrirão sem servir refeições aos estudantes, o que contraria a promessa do governador João Doria (PSDB) e do secretário estadual de Educação, Rossieli Soares.
O problema reside na falta de merendeiras. Algumas escolas têm em estoque somente biscoitos doces e sequilhos para servir aos alunos.
A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e deputada estadual, Professora Bebel, protesta contra a situação.
“Rossieli Soares diz que uma das razões para determinar a volta às aulas mesmo sem controle da pandemia da Covid-19 é a oferta de alimentação escolar aos alunos da rede pública estadual. Ainda que tal providência possa ser feita de outras formas - como, por exemplo, a transferência de recursos financeiros às famílias - veja-se de que maneira ele o fará: substituindo gêneros in natura por bolacha seca”, critica.
Gravidade
“Essa circunstância não surpreende. É, há décadas, a realidade de unidades de ensino do estado mais rico da federação. No meio da pandemia, a conduta ganha enorme gravidade: além da insegurança sanitária, estudantes serão obrigados a se submeter à insegurança nutricional. Não em suas casas, mas no local que deveria, por lei, lhes proporcionar uma alimentação adequada”, acrescenta Bebel.