O Tribunal de Contas da União (TCU) enviou ofício ao Ministério da Saúde para que a pasta explique quais ações têm tomado em relação a novas linhagens do coronavírus causador da Covid-19, o Sars-Cov-2. O documento foi elaborado pelo ministro Benjamin Zymler, do TCU. Na quarta-feira (3), o envio do ofício foi autorizado. Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, terá até sete dias para responder.
Entre os questionamentos, o TCU quer saber o que o ministério está fazendo para identificar, acompanhar, mapear e rastrear novas cepas do do Sars-CoV-2. O tribunal quer saber o quais ações e protocolos estão sendo adotados nesse sentido, em parceria com instituições de pesquisa.
Outro ponto que Pazuello terá de responder é se há programa de testagem para identificar a disseminação de novas variantes do vírus no país.
Zymler ainda quer saber qual o entendimento do Ministério da Saúde sobre a necessidade de “definir orientações específicas para o manejo de pacientes transferidos do Amazonas para outros estados”, para barrar a disseminação das novas variantes do novo coronavírus Sars-CoV-2 no país.
A variante P.1, identificada primeiramente em Manaus, é mais contagiosa, segundo estudos. Ela teria sido responsável pelo aumento dos casos de Covid-19 na capital amazonense nas últimas semanas. Isso levou a um colapso no sistema hospitalar da cidade, com aumento brutal no consumo de oxigênio, levando à falta do insumo. Para minimizar esses problemas, dezenas de pacientes de Manaus foram transferidos a outros estados do país.
A Bahia divulgou, nesta sexta-feira (5), que identificou dez pacientes infectados com a nova variante P.1 no estado. Com isso, já são sete os estados em que ela foi detectada no país. Os outros são Amazonas, Pará, São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Roraima.
Impedir entrada no país
O ofício do TCU também questiona o Ministério da Saúde sobre ações destinadas a impedir a entrada e a disseminação de novas cepas do Sars-CoV-2 pelo país. O tribunal detalha o questionamento, querendo saber se há iniciativas do tipo em portos e aeroportos.
Outro questionamento que o TCU fez ao ministério foi qual a necessidade que a pasta vê de comunicar a população em relação à identificação de variantes. Também quer saber a orientação quanto às condutas a serem seguidas para impedir a transmissão do vírus.
Por fim, o dilema das vacinas. O TCU quer saber quais as ações para elaboração de plano de gestão de riscos para o caso de as vacinas adquiridas não serem efetivas contra as novas cepas identificadas. E, ainda, o que está sendo feito para garantir a aquisição de imunizantes que ofereçam proteção contra cepas do novo coronavírus recentemente identificadas.