Um estudo ainda em andamento indica, em fase preliminar, que a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com a AstraZeneca tem eficácia de 74,6% contra a variante do novo coronavírus que circula no Reino Unido. O resultado foi divulgado em comunicado da universidade nesta sexta-feira (5). A eficácia geral da vacina é de 84%.
A variante B.1.1.7 causou aumento de casos da doença a partir do final de 2020 em todo o Reino Unido.
O pré-print – trabalho sem revisão por pares – ainda indica que a imunização com a dose, denominada ChAdOx1 nCoV-19, resulta em uma redução na duração da eliminação e da carga viral, o que pode se traduzir em uma transmissão reduzida da doença.
O estudo foi conduzido com amostras de testes de voluntários para estudo de eficácia da vacina nas fases 2 e 3. Entre 1º de outubro de 2020 e 14 de janeiro de 2021, os pesquisadores usaram swabs retirados desses voluntários com infecção sintomática e assintomática para descobrir com qual cepa de coronavírus eles haviam sido infectados após receber a vacina ou o controle. Os swabs são aqueles cotonetes grandes usados para coletar amostras para o exame de detecção do novo coronavírus do tipo RT-PCR.
A proteção contra a infecção sintomática foi semelhante. No entanto, os títulos de anticorpos neutralizantes eram mais baixos em indivíduos vacinados que tinham a variante B.1.1.7 do que naqueles que tinham a cepa “Victoria” do vírus.
Primeiras descobertas
O comunicado informa que “essas são as primeiras descobertas sobre a eficácia da vacina Oxford contra novas variantes”. De acordo com o documento, os pesquisadores estão procurando maneiras de modificar as vacinas existentes de forma rápida e simples para proteger contra novas variantes.
No comunicado da universidade, Andrew Pollard, professor de Infecção Pediátrica e Imunidade e pesquisador-chefe do ensaio da vacina Oxford, disse que os coronavírus são menos propensos a mutação do que vírus influenza, causadores da gripe comum.
“Mas sempre esperamos que, com a continuação da pandemia, novas variantes começarão a se tornar dominantes entre os vírus que estão circulando”, declarou. Desta forma, o pesquisador avalia que uma nova versão da vacina será necessária para manter sua eficácia “no nível mais alto possível”.