Rede bolsonarista de restaurantes Coco Bambu demite 147 funcionários no Ceará

A rede, que ficou conhecida em agosto do ano passado como “o restaurante que celebrou as cem mil mortes de Bolsonaro”, culpou o governo de Camilo Santana pelas demissões

Afrânio Barreira e Bolsonaro. Foto: Isac Nóbrega/PRCréditos: Redes Sociais
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A rede Coco Bambu, que ficou conhecida em agosto do ano passado como “o restaurante que celebrou as cem mil mortes de Bolsonaro”, anunciou neste final de semana a demissão de 147 colaboradores no Ceará.

A direção da rede critica o decreto do governador do estado, Camilo Santana (PT), que limitou o horário de funcionamento dos estabelecimentos por conta da pandemia.

“Recentemente, logo após a promulgação do decreto, não nos restou outra alternativa senão ter que reduzir nosso quadro local de 606 funcionários, com a demissão de 147 colaboradores que fazem parte da nossa grande família”, escreveu a rede em comunicado.

A rede anunciou ainda que pode vir a encerrar suas atividades no Ceará. “Estamos, de fato, considerando a opção de encerrar de forma definitiva as operações do Coco Bambu no Ceará caso essa situação se prolongue por mais tempo do que possamos sustentar”.

Pelo decreto do Governo do Estado, os restaurantes mantêm horário de funcionamento de segunda à sexta, até às 20h. Após esse horário, os estabelecimentos podem optar pelo delivery. Nos fins de semana, o horário foi reduzido, com funcionamento até 15h – mas com opção de delivery.

O Ceará tem 410.907 casos confirmados de Covid-19, segundo dados divulgados às 17h14min deste domingo, 21, pela plataforma IntegraSUS, da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). São 2.215 casos a mais do que o número registrado na última atualização de ontem.

Em relação aos óbitos, 10.968 cearenses foram vítimas da Covid-19 desde o começo da pandemia. A Secretaria informa no boletim que não houve mortes confirmadas nas últimas 24 horas. Há ainda 304.994 pessoas que se recuperaram da doença no Ceará. Outros 43.391 casos estão sob investigação, aguardando resultado de exames já colhidos.

A rede de restaurantes Coco Bambu foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter e virou alvo de boicote em agosto do ano passado, quando o Brasil chegou a marca de cem mil mortos pelo coronavírus. Na ocasião, os donos do restaurante serviram almoço para Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto.

O local passou a ser chamado pelos internautas como “o restaurante que celebrou as cem mil mortes de Bolsonaro”.

O almoço, de acordo com o Correio Braziliense, foi agendado pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), ex-líder do governo no Congresso Nacional, e amiga do presidente, que apresentou o empresário Afrânio Barreira a Bolsonaro.

O vereador Carlos Bolsonaro ( Republicanos-RJ) fez tuíte sobre o caso criticando as medidas do governo de Camilo Santana.

“Da série: ‘Fique em casa, a economia a gente vê depois e culpa você sabe quem...’”

https://twitter.com/CarlosBolsonaro/status/1363793911190335489