Um ano após desembarcarem em Goiás, provenientes de Wuhan, na China, considerada o epicentro da pandemia do coronavírus, alguns dos 34 brasileiros que estavam no grupo afirmaram que seria melhor ter ficado em território chinês.
Com o despreparo do governo Bolsonaro, o Brasil registra, atualmente, números elevadíssimos de casos e mortes por Covid-19. São quase 240 mil vítimas fatais e mais de 9,5 milhões de pessoas infectadas.
“Todos falam que, se soubéssemos como o Brasil estaria hoje, não teríamos voltado para cá”, declarou Adrielly Eger, modelo catarinense, em entrevista a Jan Niklas, no Extra.
Para ela, as medidas restritivas rígidas de controle da pandemia implementadas pelo governo da China tornaram o país asiático um lugar muito mais seguro do que o Brasil.
“Eles [chineses] tiveram coerência. Quando foi preciso, fecharam tudo, foram radicais. Aqui [no Brasil] foi um caos total. Não havia conversa entre estados, municípios, governo. O presidente queria abrir, o resto queria fechar. Por isso, a crise está se estendendo tanto tempo”, destacou o analisa mineiro Vitor Campos.
Quem ficou
O treinador de futebol Marcelo Vasconcelos, que mora na China há quatro anos, não embarcou de volta. Ele tem a mesma opinião. “Os chineses se uniram, respeitaram regras, esse foi o grande diferencial. Desde maio aqui está tudo normal. Tem áreas que é permitido até ficar sem máscara, mas em ambientes de aglomeração é obrigatório. Há um controle alto, mas de forma educada, e todo mundo respeita. No Brasil, quando as mortes ficam abaixo de mil1.000 se comemora”, ressaltou.
O paulistano Kenyiti Shindo, que também optou por ficar em Wuhan, declarou à BBC News Brasil que a situação na cidade chinesa está praticamente normal. “Usamos máscara quando entramos em locais fechados, como bares, restaurantes ou shopping centers. Claro que existe uma preocupação de que o vírus volte, mas tudo já funciona como antes”.