Depois do rompimento do pacto Bolsodoria, articulado para as eleições de 2018, as brigas políticas entre os ex-aliados Jair Bolsonaro (PL) e João Doria (PSDB) se intensificaram. O próximo “round” terá como tema a vacinação para crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19.
O governador de São Paulo determinou que a Secretaria da Saúde do Estado dê início às negociações com a Pfizer para a compra do imunizante.
A pasta, inclusive, encaminhou, nesta quinta-feira (16), um ofício à farmacêutica para comunicar o interesse do governo do estado em adquirir as vacinas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, na quinta, a utilização do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Até então, o modelo da fabricante tinha utilização liberada no país somente em pessoas com idade acima de 12 anos.
Imunização em crianças de 5 a 11 anos seguirá protocolos específicos
Mesmo sem previsão do Ministério de Saúde sobre quando terá início a imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, aprovada nesta quinta (16), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que a vacinação seguirá alguns protocolos específicos para esta faixa etária.
Segundo a agência, a vacina da Pfizer será aplicada em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas. Além disso, a dosagem será menor, de 3 microgramas. Para os adultos, o volume é de 10 microgramas.
Alexandre Padilha denuncia falta de planejamento do governo Bolsonaro
Apesar da autorização da Anvisa, não há previsão para o início da vacinação de crianças no Brasil. O Ministério da Saúde não se planejou para incluir as crianças de 5 a 11 anos no Programa Nacional de Imunização contra a Covid-19 (PNI).
O deputado federal, médico e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT-SP), denunciou que a falta de planejamento do governo de Jair Bolsonaro deve prejudicar e atrasar a vacinação contra a Covid-19 em crianças dessa faixa etária.
“Vários países vacinando suas crianças antes das festas de fim de ano, das férias etc, enquanto o Brasil nem se planejou para esse momento. Se tivéssemos um governo federal sério, o ministro da Saúde estaria anunciando o calendário de vacinação. Vergonha”, disse Padilha à Fórum.
Bolsonaro insiste no negacionimso
Com seu habitual negacionismo, Bolsonaro continua levantando dúvidas sobre a segurança dos imunizantes.
“É uma decisão, realmente, complicada para qualquer pai. A gente quer, quando se fala em vacina, muitas vezes, a vacina é essa que sabemos quais são. Já comprovadas, que levaram 5, 10, 20 anos, para depois de muitos testes ser aplicada na população. Agora essa está muito rápida”, disse Bolsonaro, que ignora que o imunizante tem registro definitivo da Anvisa.