Um dos momentos mais tensos da sessão da CPI do Genocídio, nesta quarta-feira (6), foi quando o senador Rogério Carvalho (PT-SE) enquadrou o também senador Marcos Rogério (DEM-RO). O petista perguntou: “O que tem seu assessor, que foi pego com drogas, a ver com você?”.
A discussão ocorreu depois que o bolsonarista, como de costume, fez insinuações infundadas, durante depoimento do presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Rebello Filho.
Rogério questionou se Rebello tem algum vínculo com algum ex-senador, e o presidente da ANS confirmou ser primo de Lindbergh Farias (PT-RJ).
Senadores da comissão se irritaram com a pergunta e afirmaram que o objetivo de Rogério era insinuar uma suposta ilicitude na indicação de Rebello ao cargo de chefia na ANS.
“Pela forma desrespeitosa como o meu colega, no desejo de defender o indefensável – 698.871 mortes – ele faz ilações, eu deixo a pergunta para ele: o que tem seu assessor, que foi pego com drogas, a ver com você? Nada! É preciso que a gente tenha o mínimo de respeito ao usar a palavra e ao tentar fazer ilações indevidas, incorretas, para defender suas teses indefensáveis”, afirmou Carvalho.
Em seguida, ele postou a seguinte mensagem nas redes sociais: “Nunca passou pela minha cabeça que o meu colega Marcos Rogério tivesse qualquer envolvimento com o assessor dele que é investigado. Foi preciso fazer esta comparação pela deslealdade dele em construir suas ‘narrativas’. Respeito é bom e o Brasil gosta!”.
O caso
A Polícia Federal (PF) prendeu, no dia 1 de setembro, Marcelo Guimarães Cortez Leite, assessor do senador Marcos Rogério, durante a Operação Alcance. Ele foi pego em uma investigação sobre esquema de tráfico de cocaína e lavagem de dinheiro. Rogério exonerou o auxiliar um dia depois da prisão.
“Fui surpreendido com a notícia de busca e apreensão na casa de um dos meus assessores, lotado no escritório de Porto Velho (RO). Não tenho informações sobre a existência de ilícito, mas em decorrência das investigações decidi exonerá-lo, aguardando esclarecimentos dos fatos”, escreveu Rogério no Twitter, à época.