Um vídeo gravado dentro do Hospital Universitário Getúlio Vargas, em Manaus, mostra a situação caótica que está sendo enfrentada por profissionais da saúde e pacientes nesta quinta-feira (14) no local.
Nele, uma profissional de saúde relata que um cilindro de oxigênio está sendo dividido entre cinco pessoas. Ela mostra o ambiente, com os pacientes deitados e o cilindro no meio do recinto. E faz um apelo, dizendo que precisam de oxigênio urgentemente, por ser uma calamidade.
“Precisamos de oxigênio. É um [cilindro de] oxigênio para cinco pessoas em uma sala. Os médicos estão revezando para poder socorrer. Gente, pelo amor de Deus é uma calamidade. Os médicos já não sabem mais o que fazer. Quem puder botar isso no Face, em algum lugar, precisamos de socorro urgente”, desabafa ela, enquanto capta as imagens. Veja abaixo.
A falta de oxigênio atingiu praticamente todos os hospitais de Manaus nesta quinta-feira (14). O presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, Mário Viana, relatou em um vídeo a situação de guerra vivida na capital amazonense. Ele apelou para que oxigênio de outros estados seja transportado à cidade “em caráter de guerra”. O vídeo foi enviado à Fórum pelo Sindicato dos Médicos do Amazonas.
A Fórum recebeu outros relatos de profissionais da saúde dando conta de mortes em hospitais de madrugada devido, em grande parte, à falta de oxigênio nos estabelecimentos. Outros falam de pacientes que estão perdendo a consciência e precisam ser intubados - "rebaixando, no jargão médico.
Para tentar salvar a vida dos pacientes, alguns tiveram que ser transferidos para outros estados.
Hospital
Em nota enviada à Fórum, o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV/Ebserh) informou que tem conhecimento “sobre a falta de oxigênio que afeta, não apenas este hospital, mas toda a cidade de Manaus e continua apoiando as ações do Ministério da Saúde, órgão que coordena os esforços de combate à Covid-19 no Estado”.
No texto, o hospital esclarece que tem contrato vigente de fornecimento de oxigênio e, “mesmo estando em contato com a fornecedora e até mesmo outras empresas há dias, o HUGV/Ebserh não recebeu o suficiente para atender a sua demanda”.]
A instituição comunicou que recebeu oxigênio para estabilizar temporariamente a situação de todos os pacientes. Finalizou o texto dizendo que “continua não medindo esforços para normalizar a situação em definitivo”.
Visita de Pazuello
A calamidade acontece na mesma semana em que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve na capital amazonense para verificar a situação do atendimento a pacientes com Covid-19. A cidade teve alta no número de internações devido à doença e vive explosão no número de casos e mortes devido ao novo coronavírus.